Os programas sociais implantadas pelo governador Maguito Vilela, durante o seu mandato, no período 1995/1998, caracterizaram uma visão de Estado “benevolente” e “filantropo” – e, portanto, não deram resultados quanto ao objetivo de reduzir a pobreza em Goiás.
Está é a conclusão de um dos artigos que fazem parte do livro “Políticas Públicas em Goiás – Diagnóstico, Avaliação e Propostas”, com uma coletânea de artigos de pesquisadores da UFG sobre assuntos da administração pública estadual, entre eles uma avaliação sobre as políticas sociais dos governos Iris Rezende, Maguito Vilela, Alcides Rodrigues e Marconi Perillo.
O que espanta é que o livro foi patrocinado pelo hoje deputado federal Daniel Vilela, do PMDB, que usou R$ 255 mil da sua verba de gabinete quando era deputado estadual para financiar a publicação da obra.
Daniel Vilela é filho de Maguito Vilela, o que significa que estamos assistindo a um fenômeno raro: um filho desconstruindo o pai.
No livro, o artigo da pesquisadora e doutora em Ciências Ambientais Cleonice Borges de Souza examina detidamente as “ações sociais” do governo Maguito e cita estatísticas para comprovar que elas não deram resultado. Segundo a professora, a Cesta Básica “não passou de filantropia pública” e “levou a uma perda de direito social e de cidadania para as famílias”. Mais: a Cesta Básica “não significou uma política social universalista” e foi “insuficiente” para melhorar a realidade social do Estado, que mostrava, no final da gestão de Maguito, 298 mil famílias vivendo abaixo da linha de pobreza, mas apenas 125 mil recebendo o benefício dos alimentos.