Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Goiás, Caroline Almeida esteve no Serra Dourada quatro dias após o show histórico de Paul McCartney para fazer uma reportagem sobre a história do estádio. Em seu blog, ela relatou “alguns momentos privilegiados de nostalgia”, e o texto foi replicado pelo Jornal Opção Online, autorizado pela jovem.
Aqui republicamos também.
Vale a pena a leitura:
It’s (NOT) just another day…
“Trago um relato de algo que me diz respeito pessoal e emocionalmente. Hoje pela manhã fui ao Serra Dourada para fazer uma reportagem sobre a história do estádio para um trabalho da faculdade. O acesso é restrito, havia marcado a visita bem antes de o show acontecer. Acabei tendo alguns momentos privilegiados de nostalgia”
Caroline Almeida
Nessa sexta-feira (10/05), completam-se quatro dias que o maior palco do futebol no Centro-Oeste se tornou, também, o palco de um dos maiores astros da história da música mundial. Depois de Zico, Pelé, Maradona e Ronaldo, foi a vez de outro gigante deixar seu nome gravado na memória do estádio goianiense. Paul McCartney esteve aqui.
Dessa vez, deixarei a formalidade de lado. A propósito, a postagem a seguir traz consigo apenas 10% de futebol. Trago um relato de algo que me diz respeito pessoal e emocionalmente. Hoje pela manhã fui ao Serra Dourada para fazer uma reportagem sobre a história do estádio para um trabalho da faculdade. O acesso é restrito, havia marcado a visita bem antes de o show acontecer. Acabei tendo alguns momentos privilegiados de nostalgia.
A sensação foi muito estranha ao adentrar aquele lugar ao qual tantas vezes já fui ver meu time. Algo diferente de tudo! Ainda estavam desmontando o palco (foto) e fiquei me lembrando da mega-estrutura ali montada anteriormente.
Visitando o interior do estádio, compreendi o que não havia sido possível na hora do show: a proporção do enxame de gafanhotos que fizeram companhia ao sir Paul. Desde a parte da tribuna de honra até os vestiários, passando pela sala de imprensa, um tapete verde cobria os setores do Serra. Gafanhotos mortos, assim como outros (muito) vivos, se espalhavam por todas as partes (foto).
A visita dos tais insetos não foi algo incomum àqueles que ali trabalham há anos. Exemplo disso é o senhor Gerson, responsável pelo gramado do estádio desde 1981, que disse que isso sempre acontece uma vez por ano e é um fenômeno que dura cerca de três dias. A data do show parece ter sido escolhida a dedo pela equipe de McCartney, para que o espetáculo fosse inesquecível também para o britânico.
Aproveitei para tirar algumas dúvidas com Gerson, pois muito se questionava sobre o estado do gramado após a realização do evento. De fato, houve dano a ele. Algo superficial e apenas estético, que levará até, no máximo, 15 dias para ser recuperado (foto). A estrutura do “tapete” do estádio tem camadas de areia e o temor maior dos técnicos se referia a isso. A possibilidade de o peso e o tamanho do palco causarem algum impacto nas camadas foi logo rejeitada e a instalação do palco seguiu sem problemas.
Agora, existem algumas partes “desgastadas” na grama, que já estão recebendo adubo e irrigação para voltarem ao normal. Visivelmente, existem pequenos quadrados sem grama (foto), referentes aos locais onde estavam as bases de fixação do palco. Eles se encontram, porém, na parte de grama sintética, onde ficam as placas de publicidade durante os jogos. O que significa, para a tranquilidade dos críticos, que não haverá nenhuma interferência no (quem sabe) bom futebol das finais do Campeonato Goiano.
Quanto ao interior do estádio, ainda havia alguns resquícios da presença da banda e do cantor por lá. Flores, papéis de anotações, lembretes, pulseiras de acesso, garrafas de bebida, caixas de pizza… E eu quase trouxe tudo pra faturar um trocado vendendo as coisas na internet!
E eu, no meu papel de tiete, trouxe algumas poucas lembranças físicas:
O cronograma de horários anexado nas paredes do backstage, alguns papéis lançados ao final do show, uma pseudo-agenda de contatos relacionados ao show e uma pulseira de alguém que esteve trabalhando para tornar o show possível
Ah! O Serra Dourada, com certeza, não será mais o mesmo para aqueles que ali estiveram presentes naquela noite de segunda-feira…
Caroline Almeida é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Goiás. O texto foi escrito para seu blog. Dada a excelência do texto e da ideia, o Jornal Opção Online pediu à jovem autorização para republicá-lo.