sexta-feira , 15 novembro 2024
Goiânia

Jornalista escreve artigo para dizer que show de Paul foi histórico e impecável

Jornalista Jales Naves escreveu artigo no site  A Redação e se mostra encantado com o show do beatle Paul McCartney.

Leia o artigo:

 

O histórico show de Paul McCartney

O show do cantor, compositor e baixista inglês, sir Paul McCartney, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, no dia 6 deste mês, um momento especial na vida dos goianos, foi inesquecível para todos que tiveram a oportunidade de participar do evento e entrou para a nossa história.

Tudo funcionou bem, sem maiores queixas e praticamente sem defeitos, e os que aconteceram não tiveram a participação direta do grande astro. O atraso na abertura dos portões se deveu ao atraso no vôo dele de Belo Horizonte para Goiânia, e a entrada do público, mesmo com revista rigorosa para quem ia para as arquibancadas e cadeiras, não atrapalhou em nada. O atraso de 32 minutos para o início do espetáculo, igualmente, não estressou ninguém, já que fizeram uma seleção de diversas gravações de músicas dele que ajudaram nessa espera. Também as informações úteis sobre segurança e outros cuidados preencheram esse lapso de tempo. Claro que tudo isso poderia ter sido evitado, mas não prejudicou em nada.

Na verdade, a partir do início da apresentação, tudo somou para tornar aquela noite realmente uma data para ficar na memória de todos. O carisma, a simpatia e a tranquilidade dele no palco o mostraram de uma forma cativante e que todos aplaudiram, do início ao fim das quase três horas no Serra Dourada, que estava completamente tomado, com mais de 42 mil pessoas. Um público que surpreendeu pela disciplina, respeito aos demais e paciência uns com os outros; nas longas filas, aqueles que as “furavam” eram solenemente vaiados, numa demonstração de civilidade, sem maiores transtornos e os deixando com a culpa – e o público ocupou seus lugares sem atropelos ou brigas, o que também aconteceu na saída. Outra surpresa foi quanto à presença, esperada, apenas de jovens grisalhos, e eis que lá estavam, em sua expressiva maioria, em torno de 80%, jovens na faixa dos 20 aos 30 anos, pessoas que não conheceram The Beatles e só tiveram contato com os quatro integrantes do conjunto inglês pelos seus pais e avós.

Ele próprio, McCartney, um jovem de 70 anos com mais energia que a grande maioria das pessoas de sua idade: ficou praticamente três horas em pé, tocando, cantando e conversando sem tomar água e sem estrelismos. Chegou inclusive a brincar com os insetos que incomodariam qualquer um, como o gafanhoto que pousou em seu braço direito e ele o apelidou, carinhosamente, de Harold.

Do início ao fim das mais de 2h40 de show ele cantou, e também interagiu com o público e mostrou-se à vontade, como se estivesse em sua casa. Falou algumas palavras em português, disse de seu desejo de experimentar pequi, referencial em termos gastronômicos dos goianos – e o provou no hotel, mais tarde – e cantou. Conhecia 40% das músicas, as da época dos Beatles, e, coincidência, tão logo gritei pedindo a música que mais aprecio, “Day tripper”, ele começou a cantá-la. Coincidentemente ao me levantar para acompanhá-lo nessa bela canção o público também se levantou para cantar com ele e aplaudi-lo, um ato que mostrava a afinidade entre público e cantor. O som, como o engenheiro Ricardo Naves Rosa, especialista na área, muito bem explicou em seu artigo a esse respeito, era límpido, permitindo a qualquer um, em qualquer lugar do Estádio, ouvir as músicas com a mesma qualidade. Inclusive podendo conversar sem ser incomodado com o volume da música.

A seleção das 40 músicas agradou a todos, mesmo que alguém quisesse ouvir uma ou outra de suas belas canções, que revolucionaram o cenário musical daquela época, marcaram toda uma geração, ou mais de uma geração, e continuam sendo muito apreciadas..

Foi um show de profissionalismo, de perfeição nos mínimos detalhes, com telões que aproximaram o cantor de seu grande público. Ele esbanjou simpatia, simplicidade e conhecimento de instrumentos musicais, tocando diferentes modelos de guitarras, contrabaixo e piano, numa movimentação do palco que encantou a todos. E também a relação com os demais músicos que o acompanharam, os dois guitarristas e o baterista.

Sem exageros, foi um show histórico, impecável e que me agradou plenamente. Sei que dificilmente terei oportunidade de ver outro espetáculo como este em Goiânia e por isso faço questões de registrar, com entusiasmo, esta bela e inesquecível apresentação de Paul McCartney.

Jales Naves é jornalista.

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