O cantor Amado Batista está se especializando em falar bobagem.
Depois de uma participação desastrosa na campanha de Adib Elias (PMDB) a prefeito de Catalão, que ajudou a afundar ainda mais o candidato, Amado afirmou no último domingo, em entrevista à jornalista Marília Gabriela, que o regime militar teve razão ao torturá-lo – tal qual “uma mãe que corrige o filho”.
Amado comentava uma passagem pouco lembrada de sua trajetória de vida, anterior à carreira artística, em que trabalhava em uma livraria e facilitava o acesso de escritores e intelectuais à toda sorte de livros. Por colaborar com a “subversão”, o cantor foi preso e torturado. “Me bateram muito. Me deram choques elétrico, e ainda um dia me colocaram com uma cobra. Um dia me soltaram. Todo machucado. Fiquei tão atordoado que pensei em ser mendigo. Queria largar tudo. E virar andarilho”.
Marília citou a atual Comissão da Verdade que está ouvindo as pessoas e investigando alguns acontecimentos da tortura militar, e fez-lhe uma pergunta: “Você não tem vontade de encontrar os caras que fizeram isso contigo? Ir a fundo, limpar esse passado?” Amado respondeu que não e que mereceu ser punido pelas “coisas erradas” que ele diz ter feito. “Que coisa errada você fez?”, retrucou a apresentadora, boquiaberta. “Eu acho que eu estava errado de estar contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à força”, e acrescentou: “Fui torturado, mas merecia”.
Gabi devolveu na lata: “Você passou para o lado de quem te torturou”.