Representantes das ONGs LGBT , Associação da Parada de Goiás, Grupo Eles por Eles e Rede De Policiais LGBT prestaram solidariedade ao jovem gay Antonio de Oliveira Filho, de 24 anos , vítima de homofobia ocorrida em 6 de julho, em Goiania.
Nesse dia, por volta das 6h50, ele foi agredido verba, psicologica e fisicamente, sendo vítima de racismo por 3 estudantes de Educação Física , quando ia trabalhar. Lucas Vilela Martins, 19 anos e Caio César Rodrigues Sampaio, 20, além de um terceiro, estão sendo acusados de terem cometido racismo homofobico previsto no artigo 20 da Lei 7.716, com pena de até 3 anos de prisão e multa.
Os ativistas convidaram a vítima e seus familiares para participarem da próxima parada LGBT de Goiânia, no dia 8 de setembro, e disseram que o ato da irmã e da vítima de irem a delegacia abrir um boletim de ocorrência por homofobia criou um novo marco na história do País.
Para o ativista Liorcino Mendes “a atitude da irmã deste jovem gay e da delegacia de abrir a ocorrência e prender os homofobicos traz um novo paradigma para a comunidade LGBT no Brasil” . “Até então os gays não tinham motivo para ir na delegacia fazer ocorrência quando sofriam homofobia. Esperamos que essa atitude de denunciar na polícia e procurar um advogado se transforme em realidade”.
De acordo com a lei anti-racismo, a ser aplicado por vítimas de homofobia e transfobia, com decisão do STF, é crime praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião , procedência nacional, orientação sexual ou identidade de gênero. O crime é inafiançável, imprescritível e tem que penas que variam de 1 a 3 anos. Eles estão sendo acusados também de agressão prevista no artigo 129 do código penal, ao ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, com penas que variam de 3 meses a 8 anos. Na soma da pena dariam no mínimo 3 meses e no máximo 11 anos de prisão.
De acordo com Liorcino Mendes, apesar de não ter dados oficiais, o movimento trabalha com a hipótese de que 10 % da população são LGBTI, cerca de 700 mil em Goiás e 150 mil em Goiânia. O Grupo Gay da Bahia informa que a cada 16 horas um LGBT é morto por homofobia e ou transfobia. Os adolescentes e jovens gays são as maiores vítimas de violência, de acordo com dados do disque 100.
A ARTONG realizará a XXIV edição da Parada do orgulho LGBT, no dia 8 de Setembro, às 12h, na Praça Cívica , comemorando 50 anos de luta do movimento e quer levar a vítima e seus familiares para receberem a solidariedade do público de 100 mil pessoas esperadas.