segunda-feira , 25 novembro 2024
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Beijo gay de história em quadrinhos que gerou polêmica sobre homofobia é estampado na primeira página da Folha de S. Paulo

O beijo gay que da HQ “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, alvo do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, levantou polêmica sobre homofobia e foi parar na primeira página da Folha de S. Paulo.

No início da tarde desta sexta-feira, 6, fiscais da prefeitura estiveram na Bienal do Livro do Rio, para checar de que forma o livro estava sendo comercializado. Sob vaias de parte do público, os fiscais percorreram vários estandes, mas não encontraram nenhum exemplar. O livro teve todos os volumes esgotados.

Na véspera, Crivella havia criticado o livro. A prefeitura alegou que não se tratava de homofobia, mas sim do respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que recomenda que “publicações com cenas impróprias a crianças e adolescentes sejam comercializadas com lacre”.

“É a visão dele, cada qual tire a sua conclusão. Quem sabe ele recolhe as TVs também. Estou cansado de ver beijo homossexual em novela”, ironizou o ministro do STF Marco Aurélio Mello, ressaltando que não vê problema nenhum na abordagem de personagens da comunidade LGBT.

“Estamos em pleno século 21, é preciso ter uma visão aberta, uma visão tolerante e distinguindo sempre religião e Estado, preservando a liberdade de expressão. Esta (a liberdade de expressão) é intocável em um Estado democrático, mas em um Estado totalitário, religioso, não”, completou.

De acordo com a presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB, Suzana do Monte Moreira, a determinação do estatuto só se aplica a casos em que há imagens de nudez ou sexo explícito. No caso do livro da Marvel, há somente uma imagem dentro do livro de um beijo entre dois homens inteiramente vestidos, não na capa.

A Bienal do Rio entrou com um pedido de mandado de segurança preventivo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com o intuito de garantir o funcionamento do evento e o direito dos expositores de comercializar suas obras.