O líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), em discurso contundente na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (18), criticou o que ele chamou de “epidemia de parlamentares arrependidos” de terem assinado uma CPI para investigar denúncias sobre a conduta de promotores e de juízes que eventualmente, no exercício de suas funções, tenham agido de forma ilegal. “A partir de um determinado momento esse grupo de deputados e deputadas se acovardaram diante, não sei se da pressão, não sei se do medo, e começaram, de forma patética, a responsabilizar a Deus e o mundo pelas suas assinaturas”, afirmou.
“Eu não li!”, “eu fui enganado!”, “eu li errado!”, “eu estava sem óculos!”, “eu estava apressado!”… Isso é patético. Os parlamentares, segundo Paulo Pimenta, deviam ter coragem de ir à tribuna e dizer que levou um “treme” e que está com medo, que me acovardei e quero tirar a assinatura. “Mas não fazer esse papelão! Não fazer esse papel ridículo de querer alegar que não sabiam o que estavam assinando, que foram ludibriados, até porque vários desses parlamentares até pouco tempo atrás ocupavam as tribunas para gritar ‘Quem não deve, não teme! Todos têm que ser investigados!’. Qual é o medo agora?”, provocou.
Paulo Pimenta reforçou que não houve enganação na coleta de assinaturas como esse grupo de cerca de 25 deputados alegam. “É um papel ridículo que eles estão fazendo. Por que essa covardia com a CPI das fake news? Ou dessa conduta ilegal e criminosa que pode atingir juízes e procuradores da Operação Lava Jato?”, insistiu. O pedido de CPI para investigar o comportamento do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato, no contexto dos diálogos revelados pelo site The Intercept Brasil, foi protocolado na última quinta-feira (12), com 175 assinaturas.