quarta-feira , 27 novembro 2024
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Euler Belém diz que Cileide é “desagregadora” e pode ser a próxima vítima da renovação do jornal O Popular

Em sua prestigiada e bem informada coluna Imprensa, neste domingo, no Jornal Opção, o editor-chefe Euler Belém revela que a jornalista Cileide Alves, atualmente chefe da redação de O Popular, pode ser demitida.

Veja a nota:

Cileide Alves pode ser a próxima vítima da renovação de O Popular

A editora-chefe do “Pop”, Cileide Alves, recebeu a informação de que “está prestigiada”. Não é bem assim.

Uma das funções de um chefe é motivar a redação, agregar os me­lho­res profissionais. Com Cileide Al­­ves, segundo jornalistas do “Pop”, ocorre justamente o oposto: ela pa­rece não apreciar pessoas inteligentes e criativas ao seu lado. Quando mais medíocre o jornalista mais prestigiado será pela editora-chefe.

Na gestão de Cileide Alves, tida como “desagregadora” e “nervosa”, saíram alguns dos melhores repórteres do “Pop”. Uma lista mínima: Vi­ni­cius Sassine, Almiro Marcos, Ma­rí­lia Assunção, Carlos Eduardo Re­che, Rodrigo Hirose e Deire Assis. Juntos, os seis representam uma verdadeira redação. Nas conversas internas, ela diz para os colegas que o problema é salarial. Tem razão em parte, pois o “Pop” paga mal aos seus profissionais e a editora praticamente não tem margem de negociação. Mas pelo me­nos três dos que saíram disseram ao Jornal Opção que não eram valorizados e sentiram que a editora apos­tava em profissionais menos qualificados, mas submissos, quase capachos. Um deles, ao explicitar sua contrariedade, ao saber que um jornalista menos competente e inexperiente havia sido indicado para o cargo de editor, reclamou, mas não foi ouvido. Decidiu sair e, então, recebeu da editora a pecha de “traidor”. Uma jornalista, ligada ao grupo da editora, teria acrescentado um recado: “As portas estão fechadas para você, em caráter definitivo”.

O novo projeto do jornal prevê um diretor de conteúdo, semelhante ao do “Estadão”. Ao assumir, o di­retor de conteúdo costuma fazer mu­danças estruturais. A primeira de­las é trocar o editor. Se for assim, Cileide Alves está com a cabeça a prêmio. O fato é que a cúpula do Grupo Jaime Câmara não está satisfeita com o jornal — que é líder no mer­cado devido não à qualidade, e sim à estrutura. Hoje, o “Pop” che­ga velho às bancas, com notícias factuais que foram mastigadas durante o dia por outros jornais e sites na internet, pelas televisões e pelas rádios. O mundo mudou, a internet ampliou a estrutura dos demais veículos, mas fica-se com a impressão de que o “Pop” não está percebendo. Seu jornalismo é pré-internet.

Detalhe: o “Estadão” e Carlos Al­berto di Franco, intelectual ligado à Opus Dei, são as principais inspirações do grupo que dirige o “Pop”. Os editores do jornal são o­bri­gados a fazer um curso ministrado pela Universidade de Navarra. O curso é dirigido por acadêmicos que se relacionam com a Opus Dei.

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