O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que a paralisação da atividade econômica causada pelas restrições em estados e municípios para conter o coronavírus vai afetar o pagamento dos salários de servidores públicos. A declaração foi dada a um grupo de apoiadores no Palácio do Planalto. O presidente criticou as medidas de isolamento social adotadas por gestores locais.
“Desde o começo, sozinho, venho falando dos dois problemas: o vírus e o desemprego. O desemprego já se faz presente no seio da sociedade. Os informais cresceram muito, são quase 40 milhões no Brasil. O pessoal celetista também milhões já perderam seus empregos. A economia não roda dessa forma. Vai faltar dinheiro para pagar servidor público, e o Brasil está mergulhando num caos”, assinalou o presidente.
A queda na arrecadação de impostos é um dos efeitos da paralisia na atividade econômica. Para mitigar esse problema, estados e prefeitos querem que a União compense os governos locais pelas perdas, conforme projeto aprovado por deputados semana passada e que foi criticado pelo governo.
O projeto tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ao fazer referência indireta a Maia, Bolsonaro afirmou que não vão tirá-lo do cargo.
O presidente afirmou ainda que a proposta equivale a “matar a galinha dos ovos de ouro”, em referência ao impacto da medida sobre as contas do governo federal. ‘Mudamos a política’, diz em referência ao novo ministro da Saúde.
Bolsonaro voltou a defender a flexibilização das medidas restritivas, mas lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que cabe a governadores e prefeitos decretar o isolamento.
“O Supremo falou que eu não tenho autoridade para isso, o Supremo disse isso, no que depender de nós, nós vamos começar a flexibilizar”, sublinhou.