Veja outro trecho da análise de Euler Belém sobre a crise na TV Anhanguera:
“Loureiro é um profissional correto e competente. Mas, ao fazer o diagnóstico errado da crise da Anhanguera, não soube aplicar o medicamento adequado. Ao chegar, disse aos repórteres que a Globo não aceitava que uma emissora afiliada “devolvesse” a programação em queda obrigando a rede a elevá-la. Repórteres e apresentadores, apontados como responsáveis pela audiência em queda, foram transferidos de área e alguns deixaram de apresentar os telejornais — a imagem deles estaria desgastada e, com isso, desgastariam a imagem da emissora. Novos apresentadores e repórteres foram contratados. Não se pode dizer que são incompetentes, porque não são, mas não conseguiram elevar a audiência da emissora. Portanto, culpá-los isoladamente é o mesmo que culpar os profissionais anteriores. A crise tinha a ver com o desgaste de imagem — espécie de fadiga de material — dos apresentadores e repórteres? Tudo indica que não, ou pelo menos não inteiramente.
Mudanças foram feitas, no sentido de popularizar o telejornalismo da Anhanguera, que às vezes se torna o “Daqui” televisual. A rigor, o jornal continua plástica e tecnicamente bem feito, mas às vezes com conteúdo questionável. O que está ocorrendo, então?
Primeiro, talvez seja possível dizer que a Anhanguera perdeu sintonia com a sociedade goiana, especialmente com a goianiense. Segundo, os novos contratados não conhecem o Estado e seus, digamos, “segredos”. Terceiro, na tentativa de se aproximar do povão, o telejornalismo da Anhanguera tornou-se uma caricatura dos programas dos concorrentes. A tevê dos Câmaras fica no meio do caminho, aproximando-se do apelativo e, às vezes, tentando ser chique-classe média”.
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