Desprezando Iris, Friboi (a estatal da carne) e Mabel (o homem que virou suco) ajudam Marconi
Iris Rezende é um dos maiores políticos do Brasil, habilidoso, realizador, bom de serviço, bom de servir. A liderança de Iris atravessou meio século, do varguismo à Fundação Getúlio Vargas, da maria-fumaça ao trem-bala, da raríssima máquina de escrever à internet na zona rural. Portanto, Iris evoca, no mínimo, respeito. De seus adversários, Iris tem recebido mais reverência que dos aliados. A tese dos inimigos internos de Iris é que vão ganhar a eleição com ou sem ele. De preferência, sem. A defesa desse argumento absurdo, quase unanimidade no PT e crescente no PMDB, vai levar Marconi Perillo ao quarto mandato de governador. O companheiro de partido ou oposição que despreza um político da estatura de Iris Rezende precisa da reprimenda das urnas.
O mais novo despido de votos a se armar contra Iris é o bilionário José Batista Júnior, que deseja ser conhecido por esse nome até porque o nome de sua empresa, pelo qual era chamado, virou motivo de críticas e achincalhes. Friboi é sinônimo de ajuda do BNDES, o banco público que injetou 10 bilhões de reais. Agora, com o ator Tony Ramos, Friboi se tornou o símbolo de carne fresca, exatamente o que José Batista Júnior é na política, uma carne fresca a ser devorada pelos lobos que farejam financiamento de campanha. Ao assacar contra Iris, Júnior Friboi almeja ser chamado por esse apelido mesmo, significado de que a vaca foi para o brejo com tanta conversa para boi dormir. Enquanto o Friboi não é privatizado, será no atoleiro que Júnior vai descobrir o resultado de desafiar Iris dentro do PMDB.
Igual a Júnior, outro descendente de família endinheirada, Sandro Scodro, também entrou na política, também acoplou a empresa ao batismo e também se deu mal quando quis chefiar Poder Executivo. Sandro permanece usando a marca Mabel mesmo depois de vender a fábrica. Agora, os dois herdeiros de fortunas se juntam tentando desmoralizar Iris Rezende. Sandro Mabel acha que Iris será derrotado se enfrentar Júnior Friboi na convenção do PMDB. Os dois ricaços apostam numa coligação que não desce nem com suco Refreskant degustado com uma capa de costela que não se salva nem com sal grosso. Júnior percorre o interior do Estado e por onde passa encontra suas vítimas, os produtores rurais quebrados pelo monopólio da proteína, que é como Friboi chama o bife. O gigantismo do grupo JBS, vitaminado com verba pública, também arrebentou os pequenos frigoríficos. Mas, na política, aliança entre rosquinha e picanha termina em indigestão.
O vencedor Iris Rezende vai consolidar sua ascensão sobre os filiados e delegados do PMDB e colocar Friboi e Mabel em seus devidos lugares, ou seja, nas prateleiras do açougue e da mercearia. Desafiando o líder máximo da oposição, Friboi e Mabel colaboram diretamente com o governo. Cada vez que Friboi abre a boca, Marconi fecha o apoio de um grupo. No momento, são as pessoas que gostam de Iris. Elas saíram de casa para votar em Iris em onze eleições e não vão mover um músculo sequer para digitar 15 ou 13 sem Iris pedir. Iris só sai de casa para angariar voto em si mesmo ou no prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. O restante dos companheiros não tem feito por merecer nem a ira do líder.
O que alguns idiotas do PMDB e do PT estão fazendo com Iris nem os mais fanáticos marconistas são capazes de criar. É uma crueldade com os próprios partidos, pois esses que tentam despreza Iris não chegam nem a rascunho de sua biografia. Iris já foi vereador e presidente da Câmara, deputado e presidente da Assembleia, prefeito da Capital por três mandatos, governador duas vezes, ministro de três pastas importantes. E quem o despreza foi o que mesmo? Será o que mesmo? Sem Iris, eles não são nem serão nada. Sem Iris, eles vão passar para a história como os manés que proporcionaram a Marconi a quarta temporada no palácio. É uma questão de estômago: após a vitória de Marconi em 2014, Friboi vai voltar para sua carne, Mabel retornará a seu suco e os pobres filiados de PMDB e PT vão continuar lambendo embira.