Veja editorial da rádio 730:
O jeito é esperar 2018, pois PT e PMDB já reelegeram Marconi, dando-lhe dinheiro e uma oposição que gosta de perder
A eleição de 2014 já está decidida e, para tamanha antecipação, foram fundamentais os opositores de Marconi Perillo. Sem a briga interna no PMDB, o governador teria menos chance. Sem as rusgas de sempre no PT, é provável que a reeleição ainda fosse uma tese. Sem o apoio dos órgãos federais, Marconi estaria a pão e água, sem dinheiro nem para as despesas do dia-a-dia.
Mas a oposição fez tudo o que não deveria. As encrencas intestinais aumentaram. Acabou a aliança entre PMDB e PT. Nenhum partido aliado pulou do barco de Marconi. E o governo federal continuou mandando bilhões para Goiás. A sequência de ações amadoras e omissões profissionais sepultou a oportunidade. Não tem mais jeito, porém, ainda é legítimo espernear.
Em vez de consolidar a candidatura de Iris Rezende, o PMDB traiu o maior líder que ele próprio gerou. O diretório Nacional do PMDB agiu à socapa, na surdina, na moita, na maciota, com atitude típica dos canalhas, e surrupiou a paz do diretório Regional. Quando o PMDB goiano acordou, Michel Temer já havia filiado Júnior Friboi e prometido-lhe a candidatura a governador. Temer não ouviu Iris Rezende, não consultou as lideranças locais e ainda se indispôs com um partido que deveria atrair, o PSB. E é assim que esse pessoal deseja derrotar o governador Marconi Perillo, passando por cima dos companheiros e, acima disso, desprezando o único nome competitivo, Iris Rezende.
Júnior Friboi nunca disputou eleição. Iris passou por 11.
Júnior Friboi nunca ocupou cargo público além do posto de devedor do BNDES e financiador de campanhas. É necessário repetir para o PMDB aprender: Iris já foi vereador na Capital e presidente da Câmara, deputado e presidente da Assembleia, governador por dois mandatos, ministro em três pastas importantes, pré-candidato a presidente da República na volta das eleições diretas.
Iris já recebeu 6 milhões de votos. É como se o Estado de Goiás inteiro, inclusive os bebês de colo, fosse às urnas para digitar o 15 de Iris. Friboi recebeu 6 bilhões do BNDES. É como se o banco público tivesse dado seis arrobas de picanha para cada goiano, inclusive para os vegetarianos. Mas Michel Temer não pesou nada disso antes de enfiar as picanhas goela abaixo do PMDB de Goiás. E é assim que essa turma quer ganhar de Marconi Perillo.
O morde-e-sopra entre PMDB e PT também ajudou bastante na reeleição já certa de Marconi. Integrantes das duas siglas falam cobras, lagartos, lagartixas e minhocas uns dos outros. Dentro do próprio PT ninguém se entende. A ala de Rubens Otoni quer a candidatura a governador de seu irmão, Antônio Gomide, prefeito de Anápolis. Se o escolhido for outro, não tem problema, só não conte com os votos de Anápolis, pois os braços ficarão cruzados como em 2010.
Portanto, a reeleição de Marconi virou fato consumado graças à inestimável ajuda do PT e do PMDB, por seus diretórios regionais e nacionais. Não foi o PSDB, partido de Marconi, que mandou bilhões para esse volume assombroso de obras em todo o Estado. Quem repassou o dinheiro foi o PT de Otoni e o PMDB de Temer. Sem o tutu federal, Marconi estaria num angu de pescoço, como diria o ex-presidente Fernando Henrique.
O quadro parece irreversível. O PMDB gostou de ser oposição no Estado e, quando estava fácil voltar ao governo, foi atrapalhado por seus próprios líderes nacionais e por essa maravilha de zorra que é a aliança com o PT. O jeito é esperar até 2018, porque para 2014 inês está morta. Ela mesma, a inês periência de se unir e levar a sério a pré-campanha ao menos uma vez na vida.