quarta-feira , 17 julho 2024
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Racha no PMDB: semanário mostra pressão de Friboi e reação da turma de Iris

Veja matéria do jornal Tribuna do Planalto sobre o racha do PMDB:

 

Ala de Friboi pressiona e iristas reagem

Prefeitos e deputados aliados de Júnior do Friboi o querem candidato ainda em 2013, mas Samuel Belchior avisa: “Definição só na convenção”

Marcelo Tavares – Repórter de Política

Apesar da pressão de aliados do empresário Júnior do Friboi dentro do PMDB para que o partido defina o seu candidato ao governo o mais rápido possível, lideranças ligadas ao ex-prefeito Iris Rezende responde que esta decisão será, impreterivelmente, nas convenções, em junho de 2014. O discurso de quem é favorável a Friboi é no sentido de que ele é o único que se lançou como pré-candidato e, portanto, ele deveria ser confirmado o mais rápido possível. Já os correligionários contrários a uma definição antecipada dizem que até o ano que vem pode surgir vários outros nomes e que, por isso, é preciso esperar. É um discurso que beneficia Iris, já que o líder ainda não se colocou oficialmente como pré-candidato, mas articula nos bastidores mais uma postulação ao Palácio das Esmeraldas.

As opiniões dentro do partido muda muito, conforme o cargo ocupado pelas lideranças ouvidas pela Tribuna. Entre os parlamentares do PMDB na Assembleia Legislativa, a maioria deles alçada durante a administração de Iris Rezende na prefeitura de Goiânia (2005-2010), é possível perceber muita cautela em suas falas para fazer um discurso de que é preciso esperar 2014 e que o debate antecipado dentro do partido acaba tirando o foco dos integrantes da sigla para fazer oposição ao governador Marconi Perillo. Além disso, argumentam que até o ano que vem muitos fatos podem surgir e o quadro atual que se desenha pode ser revertido.
Já entre os representantes do PMDB nas prefeituras e parte da Câmara Federal o discurso é que o partido já tem uma definição e a opção agora é trabalhar em união para fortalecer a figura de Friboi para que assim a sigla volte, após 16 anos, a comandar o Estado. “Quem fala que a definição deve ficar para 2014, fala por si só, individualmente, não representa a maioria do partido”, dispara o prefeito de Guapó, Luiz Juvêncio (PMDB).

Só em 2014
Cotado como um dos nomes que poderiam disputar o governo, o presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, defende que as discussões de um escolhido só ocorra no ano que vem. Sua teoria é que as discussões agora só colocam o partido na defensiva, além do que, até a convenção muitos outros nomes podem se colocar como candidato. “A definição pode acontecer agora, mas legalmente ela só será válida no ano que vem. Em política não existe contrato, qualquer um que participa da discussão pode ser candidato. Como vamos dizer agora que fulano é o candidato?”, questiona.
Samuel é tido como um dos maiores aliados de Iris Rezende dentro do PMDB. Ele, inclusive, teve o apoio decisivo de Iris para se viabilizar como presidente do partido. Assim, Belchior encarna o argumento de que a decisão deva ficar para junho e, para isso, defende que em política os quadros são muito voláteis e que não há como garantir que uma decisão agora será mantida até as convenções. “Tem jeito da maioria (dos integrantes da sigla) se posicionar, e se eles não mudarem de opinião até a convenção, aí o que temos hoje é mais ou menos o que vai acontecer, mas fora isso definição só teremos na convenção”, explica.
O racha está realmente instalado dentro do PMDB e a falta de diálogo entre grupos que apoiam ou não uma definição antecipada chega ao ponto de Samuel afirmar que essa discussão dentro do partido tem atrapalhado, já que tira o foco da sigla em ser oposição ao governo Marconi Perillo. “Nós ficamos aqui nos explicando sobre essa discussão intrapartido e o Marconi corre na raia dele. No ano que vem ele será candidato e aposto isso com qualquer um”, pontua o deputado, que vem insistindo que o momento é de filiar candidatos, consolidar alianças e projetos de governo. Para ele, se não houver consenso, o partido corre o risco de perder as eleições.
Outro também que pede diálogo interno é o deputado estadual Daniel Vilela, que é um dos defensores de prévias para a escolha do nome oposionista. Ele também diz que dentro do partido não tem nada definido para 2014. “Mesmo alguns membros dando como certa uma definição agora, está bem longe de ser ratificado”. Ao jornal O Popular, na semana passada, Vilela afirmou que o partido tem uma grande oportunidade de ganhar a eleição mas que, em virtude das disputas internas, pode colocar tudo a perder.

Discussão interna
Integrantes do PMDB afirmam que há uma grande movimentação nos bastidores para debelar a imagem de rivalidade dentro da sigla. “Há uma movimentação para acabar com a discussão pública, mas ela vai continuar internamente. Isso é inevitável”, diz um peemedebista. E um claro fato de que isso já vem ocorrendo é o de Júnior Friboi ser aconselhado para cancelar a mobilização de prefeitos e outros partidários que desejam apoiar a sua candidatura ao governo.
Cotado também para ser o candidato do PMDB ao governo nas eleições de 2014, Iris Rezende é outro que defende que o partido espere mais. À coluna Giro do jornal O Popular, ele disse que não trabalha contra Friboi, mas que também não pode ajudá-lo porque dentro do partido há outros nomes que têm o direito de ser candidato. “Vou abrir espaço para que todos tenham oportunidade de trabalhar em prol de suas pré-candidaturas” afirmou Iris, à publicação. Ele ainda disse que tem aconselhado os militantes a não fazer campanha agora e sim se prepararem para as eleições.
Para o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Bruno Peixoto, a definição irá ficar para o ano que vem. Segundo ele, há outros nomes que estão dispostos a participar da corrida eleitoral e, por isso, o partido e algumas alas não podem queimar etapas.
Entre os nomes citados pelo peemedebista além de Friboi, estão o ex-deputado estadual pelo PT, Ivan Ornelas, e o próprio Samuel Belchior. O presidente regional do partido, porém, nega. “Não sou pré-candidato. Se isso acontecer, no momento que eu for, vou declarar e trabalhar para isso”. Dentre os que falam que é preciso aguardar para o ano que vem para uma definição, mas propriamente em abril, Bruno Peixoto é um dos únicos que afirma que as discussões agora são naturais e que de forma alguma divide ou acirra uma disputa na sigla. “Nesse momento as discussões por nomes é natural. O período é de maturação e especulação mesmo”, defende.

Quadros diversos
Bruno Peixoto ainda continua insistindo no discurso que fez na semana passada à Tribuna, de que quanto mais candidatos forem apresentados, melhor para o partido. É um modo de perceber a receptividade da população as opções apresentadas, diz ele. Ainda segundo o parlamentar, o surgimento de nomes como Friboi, Iris e outros, mostra que o partido tem vários quadros com condições de concorrer em 2014. Nessa avaliação positiva que Bruno faz fica uma pergunta: qual seria o candidato mais apropriado para vencer a base aliada do governador Marconi Perillo em 2014?
Nas últimas semanas, percebendo que a disputa no partido tem prejudicado a sigla, muitos parlamentares parecem ter ensaiado o discurso contra as investidas de Júnior Friboi. O ex-prefeito de Catalão, Adib Elias (PMDB), se diz “Iroboi” e que vai apoiar qualquer nome que for escolhido pelo partido. Ele se diz favorável a uma discussão de nomes, mas não acredita que é preciso antecipar ou que há possibilidade de que essa escolha ocorra agora. “Os prefeitos têm todo direito de realizar reuniões e o Friboi de trabalhar para se firmar no cenário político, mas a escolha só acontecerá no ano que vem”, explicou ele, que completa que os postulantes a serem pré-candidatos em vez tentar escolher nomes devem trabalhar para mostrar projetos para Goiás.

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