Já há quem sugira no PMDB que o deputado Samuel Belchior seja afastado do comando regional do partido até que o seu envolvimento na Operação Miqueias seja completamente esclarecido.
Um membro histórico do partido afirma que a legenda não pode ficar exposta no noticiário policial e que a situação de Belchior pode ter desdobramentos inesperados.
O deputado é (ou pelo menos era) considerado um dos goldens boys do PMDB goiano e seu nome era cogitado para disputar o governo na sucessão estadual.
Deflagrada em nove Estados, entre eles Goiás, a Operação Miqueias resultou na condução coercitiva do deputado para prestar depoimentos. Também houve a apreensão de lanchas luxuosas e carrões, como Lamborghinis.
De acordo com informações da Polícia Federal, responsável pela operação, o objetivo era desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma de lavagem de dinheiro e outra de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.
A investigação começou há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de “laranjas” ou “testas-de-ferro”, de forma a ocultar os verdadeiros responsáveis por tais movimentações.
Verificou-se a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.
Uma vez creditados nas contas bancárias das empresas investigadas, os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas pertencentes à quadrilha até serem, enfim, sacados em espécie.
Sete municípios goianos foram envolvidos na ação: Montividiu, Caldas Novas, Pires do Rio, Formosa, Cristalina, Itaberaí e Águas Lindas.
