Tem alguma coisa errada na versão que o deputado estadual Samuel Belchior, presidente regional do PMDB, está apresentando para a sua “condução” à Polícia Federal, quando foi ouvido dentro das investigações da Operação Miquéias – que apura desvio de dinheiro público em prefeituras, inclusive 7 em Goiás, através de manobras com fundos de pensão municipais.
Samuel divulgou nota insistindo na tese de que não é investigado e que apenas foi “convidado” a colaborar com as investigações, já que teve contato com um “homem”. cujo nome ele não revela, que estaria envolvido na maracutaia.
Mas quem é apenas “convidado” a prestar esclarecimentos em um inquérito policial jamais teria a sua casa como alvo de um mandado de busca e apreensão. Isso significa que os policiais federais entraram na residência de Samuel Belchior, vasculharam as suas dependências e acabaram apreendendo documentos, um computador e um notebook (segundo informações do Diário da Manhã neste sábado).
Somente investigados são foco desse tipo de operação, que a Polícia Federal executou com autorização judicial: na prática, o mandado de busca e apreensão significa que a casa pode ser invadida, sem necessidade de autorização do proprietário ou do residente, e vasculhada nos mínimos detalhes, com os agentes à procura de provas de crimes.
Fica difícil acreditar na versão do deputado Samuel Belchior de que não é investigado e apenas fez questão de colaborar com a Polícia Federal porque conhecia alguém – e quem seria esse alguém? – que estaria envolvido nos desvios apurados pela Operação Miquéias.