sábado , 23 novembro 2024
Opinião

José Escobar: “Caiado está por trás da morte do meu filho e agora quer pisotear no corpo, sem nenhum respeito a família”

Vamos falar da morte de Ronaldo Caiado Filho? Os erros que cometeu na vida? Os relacionamentos amorosos e comerciais? A causa da morte? Dói, não mesmo senhor governador? Posso contar ao senhor um pouco mais sobre essa dor.

O seu filho não deixou dois netos, um menino com autismo que se fechou ainda mais no seu mundo particular e nunca mais conversou após a morte do pai. A minha netinha, bebê de poucos meses, chorando pela falta do colo que ela adorava e nunca mais terá. Arrancaram dessas crianças o calor paterno. O senhor sabe o que é ver os netos chorando, sem entender?

A mãe de Ronaldo Caiado filho merece meu respeito. Imagino que sofra uma dor interminável, que madrasta nenhuma é capaz de substituir. Sabe o que aconteceu com a mãe do Fábio Escobar? Morreu de tristeza. Perdeu a alegria de viver e foi definhando, se entregando cada vez mais ao choro, com uma vida sem sabor, cor e brilho.

Não tenho fazendas, dinheiro e poder como o senhor, mas garanto que sofro muito pela morte de meu filho. Não quero comparar a dor que o senhor sente com a dor que eu sinto, mas quero dizer de homem para homem: “respeite a dor da minha família”. E digo olhando nos olhos de quem mandou matá-lo.

O senhor não tem moral para inventar narrativas, criar contornos políticos para o Fábio Escobar. Não tem moral para apontar o dedo e inventar conversa de ‘licitação’ e ‘amantes’ em Anápolis ou interferir na investigação do Ministério Público.

Sabe por que, o senhor, Ronaldo Caiado, não tem moral para falar da morte do meu filho? Porque o senhor não teve coragem de assumir e falar sobre a morte do seu filho.

José Escobar Cavalcante
Pai do Fábio Escobar,
com orgulho

• Nota: Fábio Alves Escobar Cavalcante foi coordenador da campanha de Caiado (UB) em 2018 na cidade de Anápolis. Após a vitória ele revelou um grande esquema de corrupção dentro do governo. No dia 23 de junho de 2021 Escobar sofreu um atentado a tiros em Anápolis e morreu, aos 38 anos de idade, deixando esposa e dois filhos pequenos. Jorge Caiado, primo do governador e Cacai Toledo, ex-presidente do DEM de Anápolis são réus no processo.

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