Repercussão nacional
- A corrupção da ‘Minha Políça’ do governador Ronaldo Caiado repercutiu nacionalmente. Nesta semana, o site The Intercept mostrou a máfia na escolha de empresa para fazer formaturas do Colégio Estadual da Polícia Militar Comendador Christóvam de Oliveira, em Pirenópolis. O sargento Leonardo Silva Rabêlo, de 37 anos, que atua como coordenador da unidade, teria cobrado propina de R$ 10 mil, além de pedir um iPhone de “presente” para favorecer uma empresa de eventos.
Denúncia
- A denúncia partiu da própria empresária, que se recusou a pagar e procurou o Ministério Público. Segundo o The Intercept, a mulher aceitou pagar a propina em um primeiro momento, mas se arrependeu no dia seguinte e resolveu denunciar o ocorrido.
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“Passei a noite pensando: isso é crime. Nunca me envolvi com isso e não vale a pena me sujar por tão pouco”, afirmou em depoimento à Polícia Militar. O nome dela foi preservado por segurança.
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Mensagens anexadas à denúncia mostram o sargento pedindo o celular como “presente”. “Se vira, quero ganhar o iPhone! Dá seus pulos”, escreveu Rabêlo em dezembro de 2023. Quando a empresária hesitou, ele reforçou que a decisão sobre a empresa seria dele: “O negócio é nós dois. Não tenho negócio com aluno, não.”
Outra empresa contratada
- A recusa da empresária culminou no cancelamento de uma reunião com os pais dos alunos para apresentação da proposta da sua empresa. Dias depois, a empresa Sense foi contratada — supostamente após oferecer a propina exigida. O caso é investigado a pedido do Ministério Público.
Não é caso isolado
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A suspeita de favorecimento não é um caso isolado. Em 2023, um relatório da Secretaria de Segurança Pública apontou indícios de direcionamento em mais de 100 contratos de eventos em colégios militares de Goiás. Entre as empresas citadas no relatório está a Alto Rellevo, mencionada na denúncia atual por supostamente também ter oferecido propina para obter o contrato em Pirenópolis.
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Em abril do ano passado, após a divulgação desse relatório, o então comandante de Ensino da PM, coronel Luciano Souza Guimarães, foi afastado do cargo. Curiosamente, o oficial responsável pelo relatório, coronel Marco Antônio de Castro Guimarães, também foi exonerado pouco depois — decisão que o governo Caiado classificou como “mudança natural de gestão”. Meio suspeito, né?