Em entrevista ao Jornal Opção, a comunista Marta Jane chama a atenção para a falta de debate de propostas e ideias no cenário político de Goiás e aponta que a discussão foca apenas em figuras públicas e não projetos.
Essa é uma crítica que o Goiás24horas faz constantemente.
Veja a entrevista realizada por Marcelo Gouveia:
Marta Jane critica debate eleitoral que gira em torno de figuras públicas, e não em propostas
Presidente regional do PCB afirma que principal intuito da legenda no momento é o fortalecimento político da Frente de Esquerda a partir da criação de projetos que realmente façam diferença na vida da população
Marcelo Gouveia
“Discutir projetos de sociedade”, este é o principal caminho do PCB, e da Frente de Esquerda, composta por PSOL, PSTU e PCB, rumo à campanha eleitoral para o próximo ano. Em entrevista ao Jornal Opção Online, a presidente regional da legenda, Marta Jane, afirma que a sigla ainda não possui nomes pré-definidos para pleitear cargos nas eleições de 2014.
Marta Jane, que já foi candidata ao governo do Estado em 2010, partilha da mesma opinião do ex-candidato a prefeito de Goiânia Reinaldo Pantaleão (PSOL) ao declarar que o debate eleitoral neste momento deve ser embasado em projetos que realmente façam a diferença na vida da população. De acordo com ela, a proposta da Frente de Esquerda se diferencia das demais alianças.
“Nossa concepção é diferente da que ocorre atualmente, a qual os partidos discutem muito mais os nomes do que a intervenção direta na política. O debate gira em torno de personalidades e figuras públicas, e não em projetos sociais”, critica. Marta Jane, que também é professora do Instituto Federal de Goiás (IFG), explica que as alianças no atual cenário político não consideram, por exemplo, a concepção política e a ideologia dos partidos. “Essas composições levam muito mais em conta uma correlação de forças na disputa eleitoral do que qualquer outra coisa.”
Desta maneira, o foco do projeto eleitoral do PCB não se baseia, no momento, em nomes, mas em uma atuação conjunta com a Frente de Esquerda. De acordo com Marta Jane, a aliança ainda não se encontra constituída dentro da disputa eleitoral. Ela ratifica que o atual momento “não deve ficar em uma discussão periférica de nomes e em projetos muito mais individuais do que coletivos”.
A dirigente afirma que os partidos que constituem a Frente de Esquerda vêm se reunindo para discutirem quais são os possíveis caminhos para a criação de um projeto político eficiente. “Nós não discutiremos nenhuma possibilidade de aliança eleitoral que não possa ser contemplada pelas perspectivas que as siglas possuem de sociedade. Até porque estamos partindo da compreensão de que uma aliança no processo eleitoral deve ser resultado das intervenções gerais que estabelecemos com esses partidos.”
Sobre as articulações nacionais do PCB para as próximas eleições, Marta Jane afirma que, assim como ocorre em âmbito estadual, a proposta fundamental é a construção da Frente de Esquerda, juntamente com o PSTU e PSOL. “A nossa principal discussão é sobre o conteúdo progamático, aquilo que nos une de fato, em termos de propostas para o Estado de Goiás.”
