Um, Silveira Alves de Moura, comandou uma greve com tanto radicalismo que acabou sendo rejeitado pela própria categoria. A outra, Ieda Leal, fez o contrário: ficou contra uma greve da sua própria base. Mas os dois colheram o mesmo resultado: desmoralização e rejeição pelos trabalhadores que compõem os seus sindicatos.
Silveira Alves de Moura é presidente do Sinpol, sindicato dos policiais civis do Estado de Goiás (há uma polêmica em curso: o Sinpol teria menos de 30% dos policiais como associados e, portanto, não representaria a categoria). Ieda Leal é presidente do Sintego, sindicato dos trabalhadores na Educação do Estado de Goiás.
Silveira e Ieda são personagens marcantes de um tipo de sindicalismo que ainda sobrevive no Brasil, mas já está pra lá de antiquado. Ambos são militantes políticos de oposição, Silveira pelo PSB de Vanderlan Cardoso e Ieda Leal pelo PT de Paulo Garcia e o PMDB de Maguito Vilela. Greves, portanto, sob os seus pontos de vista, não servem só para defender reivindicações dos membros dos seus sindicatos, mas também e principalmente para desgastar os adversários políticos.
Por isso, o Sintego ficou ferozmente contra a greve dos professores da Prefeitura de Goiânia e defendeu com vigor o “patrão”, isto é, o prefeito petista Paulo Garcia. E pelo mesmo motivo, o Sinpol radicalizou na condução da greve dos policiais civis, perdendo o apoio da sociedade (o jornal O Popular, que sempre apoia movimentos corporativistas, publicou dois editoriais contra a paralisação dos policiais) e até mesmo de parte da própria categoria (os próprios grevistas pediram a exclusão de Silveira do encontro de negociação com o governador Marconi Perillo).