Em seu depoimento na CPI do Endividamento, no dia 1º de junho de 2011, o último secretário da Fazenda do Governo Alcides Rodrigues, economista Célio Campos, admitiu que a gestão alcidista encontrou, ao assumir, R$ 460 milhões em dinheiro disponíveis no caixa do Estado.
A declaração de Célio Campos, documentada nas notas taquigráficas que transcrevem o seu depoimento na CPI, desmentiu, mais uma vez, a versão do ex-governador Alcides Rodrigues e do ex-secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, de que o governador Marconi Perillo teria deixado um déficit de R$ 100 milhões para o seu sucessor.
Célio fez também outras revelações. Disse que o Governo Alcides fez, sim, inúmeras operações de antecipação de receita, inclusive no último ano (2010) – fato que sempre foi negado por Braga. Admitiu que, na tentativa de fechar as contas daquele ano, houve cancelamento maciço de empenhos, outro fato que Braga também sempre negou. Por fim, confirmou que o Governo Alcides, também em 2010, não cumpriu as metas ajustadas com a Secretaria do Tesouro Nacional e que os recursos do empréstimo da Celg, que acabou não saindo, seriam usados mesmo para tapar o rombo de caixa do Governo.
O famoso compromisso de Jorcelino Braga, enquanto secretário da Fazenda, de que o Governo Alcides não deixaria “restos a pagar”, não foi cumprido, segundo Célio Campos: para o sucessor, ficaram “restos” em valores superiores a R$ 2 bilhões de reais.