A se julgar pelas frequentes menções de dois dos nomes cotados para disputar a eleição para governador de Goiás em outubro próximo – Iris Rezende e Vanderlan Cardoso –, tudo indica que Deus será um dos personagens principais do pleito.
É de se acreditar que Deus, em sua infinita sabedoria, pouco interesse tenha pela política, um campo natural para as intrigas, traições e maledicências, e menos ainda seja capaz de “escolher” um candidato ou “ajudar” qualquer um deles a se eleger. Em um mundo conturbado por guerras, miséria e injustiças, por que o Pai Celestial se preocuparia em “dotar” Iris e Vanderlan de qualidades especiais e místicas para torná-los ocupantes de um cargo secular como o de governador de Goiás?
Iris e Vanderlan, ambos evangélicos, com frequência fazem referência ao Criador. Para Iris, Deus deu a ele o dom de “gostar de povo” e de “decidir com facilidade”. No caso de Vanderlan, a sua mulher, Izaura Cardoso, disse recentemente que ele, Vanderlan, é “um homem de Deus”. E o próprio Vanderlan afirmou que “ajudar as pessoas é um projeto que Deus colocou em meu coração”.
Com tantas alusões ao Senhor, cada qual, Iris e Vanderlan, se declarando como o “escolhido”, fica difícil saber quem vai ganhar a disputa pelo “apoio” divino na próxima eleição. Isso sem falar nos outros candidatos, como o empresário Júnior Friboi, o governador Marconi Perillo e o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, os três comedidos em matéria de religião. E, por que não?, bem mais respeitosos diante de um assunto que definitivamente não combina com política.