Veja matéria da Tribuna do Planalto:
PMDB se divide sobre Gomide
Discursos de lideranças peemedebistas vão desde possibilidade de apoio à postulação do PT até mesmo à “ingratidão” do prefeito anapolino
Sáb, 01 de Fevereiro de 2014 16:34
Marcelo Tavares – Repórter de Política
Lideranças do PMDB não têm um discurso unificado sobre a postura do PT, que no final de janeiro confirmou o lançamento da pré-candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), para concorrer ao governo do Estado. Alguns membros falam em ingratidão e outros ressaltam a legitimidade da conduta, já que esse é o momento de apresentar nomes para a disputa. O próprio presidente do PMDB, deputado estadual Samuel Belchior, cita que acordo entre as duas legendas permite liberdade às duas agremiações de fortalecer os nomes que possuem. Apesar de ver o PMDB na frente, Samuel não elimina a possibilidade de seu partido apoiar o PT.
Belchior avalia que o lançamento de Antônio Gomide até demorou. Em reunião realizada em agosto, PT e PMDB decidiram que cada partido teria liberdade para trabalhar e lançar seus nomes. Também ficou acertado que não é interesse das legendas lançar candidatura solo. “Até março vamos sentar e chegar a um afunilamento. Não vejo os dois partidos separados. Isso não me preocupa” anota o dirigente.
Segundo Samuel, em política tudo é possível, por isso não julga ser impossível o PMDB apoiar a candidatura do prefeito anapolino. No entanto, explica que a tendência natural é o PMDB ficar com a cabeça de chapa. Isso devido ao fato de o PMDB apoiar a presidente Dilma Rousseff e ter apoiado nomes do PT nas eleições municipais. Também pesa o PMDB ser maior em número de prefeitos e parlamentares. “Isso não é impositivo, mas é preciso analisar essa conjuntura, esse contexto para as eleições”, afirma.
Outras lideranças do PMDB evitam criticar a investida do PT e do prefeito anapolino. O deputado estadual Daniel Vilela ressalta que mais uma opção fortalece ainda mais as oposições. Ele afirma que, pela maior estrutura política, a tendência é que o PMDB saia na frente do PT. Explica que o atual contexto coloca a sigla em vantagem: o PMDB tem mais de 50 prefeitos, é o partido de oposição que lidera as pesquisas de intenção de votos e também apoiou Gomide e Paulo Garcia nas últimas eleições municipais. O parlamentar não acredita em crescimento de Antônio Gomide de forma que ele possa ser o nome das oposições. “Só se ele for um fenômeno.”, brinca.
O deputado estadual Wagner Siqueira (PMDB) também fala alinhado ao discurso de Daniel Vilela. Considerado irista de carteirinha – mas que ultimamente tem trabalhado junto ao empresário Júnior do Friboi -, estava presente na reunião de Friboi com o marqueteiro Duda Mendonça na quarta, 29. O parlamentar não polemizou a pré-candidatura do prefeito de Anápolis. Afirmou que o PT, como qualquer partido, tem legitimidade para apresentar opções, considerando Gomide bom nome. Siqueira defende que em política o poder é instrumento de realização, por isso é interesse de todos partidos participarem do processo sucessório.
Wagner Siqueira cita que, caso a união de PMDB e PT não se concretize agora, para um primeiro turno, estarão juntos no segundo turno. “Há um período para que ocorra uma decisão e isso abre possibilidade para a união. Há muitas pessoas para conversar e manter o diálogo entre os dois partidos”, explica.