Esta sexta-feira promete ser um dia tenso para o PMDB goiano. Para o final da tarde, está marcado o ato de renúncia ao mandato do prefeito Antônio Gomide, para se desincompatibilizar com vistas à sua candidatura ao Governo do Estado, pelo PT.
O dia marca também o esgotamento do prazo para a estratégia adotada até agora pelo ex-prefeito Iris Rezende, que vinha tergiversando e empurrando para frente a sua decisão sobre disputar ou não primeiro a candidatura dentro do PMDB (enfrentado o bilionário Júnior Friboi) e depois, se for bem sucedido, o cargo de governador.
Gomide, ele próprio, não fechou as portas e deixou no ar uma réstia de esperança: se o candidato do PMDB for Iris, quem sabe ele e seu grupo podem reconsiderar a decisão, permanecer na Prefeitura de Anápolis e desistir da candidatura.
O prefeito anapolino tem também os seus problemas: é escasso o apoio que terá, mesmo porque não conta com a simpatia de lideranças fortes do próprio PT, como o prefeito Paulo Garcia (que está desgastado in extremis, mas, pelo sim e pelo não, detém o segundo cargo em importância do Estado) e o assessor da Presidência da República, Olavo Noleto.
Quem precisa jogar os dados, portanto, é Iris. Não dá mais para protelar, esperando sentado, como sempre fez, o tradicional e consagrador reconhecimento dos peemedebistas. Dessa vez, não. Júnior Friboi e sua montanha de dinheiro dividiram o PMDB. Iris tem de ir à luta, se quiser ser o candidato a governador – provavelmente o último ato de sua longuíssima carreira política (ele já passou dos 80 anos e é um dos raríssimos políticos pré-1964 em atividade no Brasil).
O que pode acontecer hoje? Simples: Iris anunciar que é candidato. Por um lado, poderia inibir Friboi e conseguir um acordo, destinando ao bilionário o lugar que quiser na chapa majoritária peemedebista, menos a governadoria. Por outro lado, “convencer” Gomide a não renunciar, no interesse de preservar a aliança PMDB-PT e, de certa forma, dar tranquilidade e estabilidade ao palanque do candidato presidencial petista em Goiás.