Todas as frases feitas que Iris Rezende usou ao longo da sua vida foram ressuscitadas nesta sexta-feira, no discurso e nas entrevistas no ato em que anunciou o que todo mundo já sabia, ou seja, que é candidato a governador.
Foi um show de demagogia, totalmente incompatível com o século 21.
Em que mundo está a cabeça de um político que, para justificar seu comportamento, alega que recebeu de Deus o “dom de fazer política e de tomar decisões” e garante que não está agindo por vontade pessoal, mas sim se sacrificando para atender a um “apelo da população”?
Em vez de explicar racionalmente a proposta de se candidatar a governador, Iris repetiu raciocínios fartamente usados no passado, que já caíram no ridículo e perderam completamente o sentido em um mundo dominado pela tecnologia da comunicação e pela contínua elevação cultural e intelectual de todas as classes sociais.
“Eu quero que esse gesto possa representar o exemplo que eu deixo às futuras gerações de nosso Estado porque o maior pecado na vida de um político é a omissão, é a indiferença”, chegou a dizer Iris.
Que “exemplo para as futuras gerações” pode estar contido na decisão do velho cacique peemedebista de disputar uma eleição para o cargo mais importante do Estado?
Nenhum, é claro.
Para Iris, não há dúvidas: ainda estamos vivendo em meados do século passado.