Ao renunciar ao mandato de prefeito de Anápolis para se candidatar a governador, rompendo a aliança do PT com o PMDB em Goiás, Antônio Gomide contrariou o que ele mesmo vinha repetindo com insistência: que a sua prioridade no campo político era a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Se fosse, Gomide, ao decidir pela sua candidatura, não estaria colocando em risco o apoio dos peemedebistas goianos a Dilma ou a quem se candidatar em seu lugar (hoje, dentro do PT, há uma enorme pressão pelo lançamento do ex-presidente Lula, diante da queda contínua da presidente nas pesquisas).
Mesmo se o PMDB de Goiás decidir que vai apoiar a candidatura nacional do PT, administrar dois palanques a favor, em um Estado, não é tarefa fácil. Em qual o candidato petista viria primeiro? Para quem ele pediria votos, em mensagens no horário do TRE na televisão? Qual dos dois receberia apoio financeiro?
E, de resto, se Gomide se apresenta como candidato de renovação, ele, de cara, já está questionando a candidatura de Iris Rezende, que tem mais de 80 anos. E, se o candidato do PMDB for Júnior Friboi, as falas dos petistas, na pré-convenção que escolheu Gomide, já mostraram que o tom contra o bilionário será duro e pesado, através da condenação do uso do dinheiro na política. A represália pode vir em forma de apoio a outro candidato presidencial, Eduardo Campos, por exemplo.
Portanto, a reeleição da presidente Dilma (ou a eleição de outro candidato petista a presidente) não é prioridade de Antônio Gomide e do PT estadual.
É Dilma prá lá e o PT de Goiás pra cá.