Vai ser duro aguentar as declarações messiânicas e autolaudatórias de Iris Rezende, agora que ele deixou a relativa discrição em que havia se metido e assumiu que é candidato a governador de Goiás – o que, ainda, depende do resultado da sua disputa com o bilionário Júnior Friboi pelo controle do PMDB.
Na sexta-feira, dia em que lançou a sua candidatura, Iris parecia estar vivendo em um dia qualquer dos anos 60, no século passado, quando a sua carreira política deslanchou e ele explodiu como o rei do populismo no Estado agrário que Goiás era na época.
Aliás, conforme as suas declarações nesta sexta-feira, Goiás não tem agricultura, mas “roça”. Ele lembrou que, quando foi prefeito de Goiânia há 50 anos, trouxe a ideia de fazer mutirão nos bairros depois de observar a experiência dar certo na “roça”.
Como sempre, Iris disse que será candidato porque não pode deixar de dizer sim ao “apelo da população”. Você, leitor, viu ou ouviu alguém da “população” pedindo que Iris se candidatasse a governador?
Para o velho cacique peemedebista, em palavras textuais ditas ao Jornal Opção online, “o povo goiano está desnorteado”. De novo, perguntamos ao leitor amigo se você notou que o “povo goiano está desnorteado”? Notou?
Segundo Iris, “acabaram com o Estado” (essa é de doer) e, portanto, a “população” precisa de alguém para consertar as coisas e esse alguém, naturalmente, é ele próprio, Iris, porque “recebi de Deus o dom político e o dom de tomar decisões”.
Pois é, leitor: Deus esqueceu-se de você e de todos os demais 6.400 milhões de goianos e foi escolher justamente Iris para o principal e mais destacado cargo existente em Goiás, o de governador do Estado (e lembrando que tem outro candidato a governador que também garante ter sido escolhido por Deus).
Por último, a melhor de Iris, nos discursos e entrevistas dessa sexta-feira. Ele se autoproclamou como o candidato da “ética” e da “lisura”. Um candidato que não é só “honesto”, mas vai muito além e só faz “o que o povo quer”.
Fofo, não?