A Celg foi colocada na situação em que se encontra pela venda da usina de Cachoeira Dourada, no Governo Maguito Vilela, do PMDB, mas também pela sua má gestão no período de 2006 a 2010, época do Governo Alcides Rodrigues.
A avaliação é dop residente da CelgPar (holding com duas subsidiárias: Celg D e Celg GT), José Fernando Navarrete, em entrevista ao jornalista Murilo Santos, dentro da série O Hoje de Frente com o Poder.
A venda de Cachoeira Dourada privou a Celg de uma fonte de receita de R$ 400 milhões por ano. Esse valor é o que a usina distribuiu como dividendos para os seus acionistas, no ano passado.
Desde a sua transferência para a iniciativa privada até hoje, portanto, Cachoeira Dourada deixou de destinar cerca de R$ 4,5 bilhões para a Celg, dinheiro que seria mais do que suficiente para pagar as dívidas das empresas e custear os investimentos necessários para a infraestrutura elétrica do Estado.
Pior do que perder Cachoeira Dourada, contudo, diz Navarrete, foram os efeitos da danosa gestão da Celg durante os anos que vão de 2006 a 2010, época do Governo Alcides Rodrigues.
Navarrete elenca os pontos desastrosos da condução da Celg pelo governador Alcides Rodrigues e pelo seu secretário da Fazenda, Jorcelino Braga:
1 – De 2006 até 2011 a Celg não teve um único reajuste tarifário e teve que sustentar durante esses anos um crescimento econômico do Estado muito acima da média nacional. São R$ 2 bilhões de receita que não aconteceram
2 – No Governo Alcides-Braga, a Celg passou 5 anos captando dinheiro no mercado a juros de 220% ao ano.
3 – De 2006 até 2011, a Celg comprou energia de Itaipu, mas não pagou um centavo, gerando uma dívida de R$ 1 bilhão.
4 – Também no mesmo período, a Celg não pagou encargos setoriais, somando mais R$ 2 bilhões ao seu endividamento.
Esses quatro fatores, segundo Navarrete, foram tão prejudiciais à Celg quanto a venda da usina de Cachoeira Dourada.