Sabe-se que os políticos, em sua maioria, são especializados em falar, da boca para fora, o que pensam ser conveniente para ganhar votos, mas não o que pensam e muito menos o que fazem.
É o caso do presidenciável Eduardo Campos, que, em discurso no evento do PSB nacional em Goiânia, sentou o pau na “velha política”, mas poucos antes foi ao apartamento de Iris Rezende para reverenciar a “velhíssima política”.
A desculpa esfarrapada de Campos é que Iris teria sido amigo de Miguel Arraes, seu avô, que era governador de Pernambuco em 1964, quando foi derrubado pelo golpe militar. Só que isso não é verdade; Iris nunca foi amigo de Arraes. Aliás, não era amigo de ninguém da esquerda brasileira nos anos 60. Tanto que, prefeito de Goiânia já no regime dos generais, se esforçou para se aproximar da ditadura, atribuindo nomes de altas patentes das Forças Armadas, da época e do passado, a logradouros públicos da capital. Iris nunca combateu a ditadura, nem mesmo após ter sido cassado, quando se retirou para seus negócios particulares – aliás sendo beneficiado por financiamentos de bancos oficiais a juros camaradérrimos.
A candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva, que foi quem lançou o discurso contra a “velha política”, não foi ao beija-mão no apartamento de Iris.