A convenção do PMDB ressuscitou antiguidades. Uma delas, da política, é o ‘mutirão’.
Iris investe no discurso do ‘mutirão’, que é a reunião das pessoas e do coletivo para realizar alguma obra ou serviço.
Isso é uma prática anterior à Constituição Federal de 1988. Portanto, bastante antiga, um legado da Marcha para o Oeste, da década de 1950, que Iris reelaborou para fazer um punhado de casas na década de 1980.
Na modernidade, a Constituição Federal veda o serviço público sem vínculo, seja estatutário, celetista ou comissionado. Mutirão não é considerado espécie de serviço ou trabalho.
Ao propor o mutirão, seja lá qual for a destinação, Iris Rezende se mostra desatualizado com a estrutura de estado e a legislação administrativa e trabalhista moderna.
Algumas perguntas para Iris Rezende responder: ele convoca um mutirão e o cidadão comum morre durante o trabalho. Quem é que vai arcar com o pagamento das pensões? O cidadão estava executando um serviço de interesse público ou privado?
Outra para o pai dos mutirões responder: para efeito de aposentadoria, vai contar o trabalho executado pelos trabalhadores durante os tais ‘mutirões’?
Ou seja, falar de mutirão é desenterrar um passado antigo que ninguém quer mais. Lembra escravidão. Um cidadão servil ao todo poderoso, ao coronel. Tem dó, Iris.