Anunciado nas redes sociais com grande estardalhaço e postado em um site na internet, o “Plano de Metas” do empresário Vanderlan Cardoso é constituído por um texto que não respeita as regras da gramática, traz dezenas de citações de grandes vultos da humanidade e inclui propostas sem pé nem cabeça, como uma que textualmente pretende “democratizar a democracia” (está lá, na página 4).
O plano, preparado pelo ex-secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, que não tem formação superior em qualquer área e muito menos em matéria de planejamento, é repleto de metas genéricas e, em alguns pontos, parte de dados completamente irreais e fictícios – como a afirmação de que o Estado n ão aplica 12% do orçamento na Saúde, o que é uma inverdade.
O plano tem apenas 23 páginas e muitos erros de português, além de ter a leitura dificultada pela má distribuição de vírgulas, inclusive separando sujeitos de seus respectivos predicados.
Há fortes referências a supostas ações que teriam ocorrido nos anos 2006 a 2010, em que o governador Alcides Rodrigues administrou o Estado, tendo Braga como lugar-tenente na Secretaria da Fazenda. Isso explica as constantes referências ao período – coincidentemente uma época de inatividade e desorientação do aparelho de Estado em Goiás, a partir da inércia de Alcides e da sua equipe de trabalho (o governador passou quase 5 anos sem reunir a sua equipe).
As metas propriamente ditas, no plano de Vanderlan, são as mais tímidas possíveis e denotam uma visão fiscalista do Estado, ou seja, a preocupação de não gerar gastos, daí a preferência massiva, no texto, por generalidades do tipo “fomentar”, “desenvolver”, ”elevar”, “disponibiliazar”, “promover”, “garantir”, “evidenciar”, “prover”, “induzir” ou “potencializar”.
Enfim, uma empulhação.