Ao permitir que os advogados de suas coligações ingressem no Tribunal Regional Eleitoral com ações contra a liberdade de expressão, tentando censurar veículos de comunicação e proibir a divulgação de pesquisas, Iris Rezende,Vanderlan Cardoso e Antônio cometem um grave erro estratégico.
Sim: eleições não são decididas no espaço jurídico dos tribunais, mas sim com a conquista do maior número possível de votos. E iniciativas como as de Iris, Vanderlan (censura e proibição de pesquisas) e Gomide (censura) acabam espantando apoio em áreas conhecidas como de formação de opinião, no caso jornalistas, intelectuais, artistas e a própria classe média.
Ou você, caríssimo leitor, é a favor de censurar veículos de comunicação ou de proibir a divulgação de pesquisas? E mais: em que mundo vivem Iris, Vanderlan e Gomide, a ponto de julgar que notícias de jornais ou a divulgação de pesquisas podem influenciar o resultado da eleição, no mundo moderno?
Advogados raciocinam tecnicamente e, no geral, não têm o menor senso de estratégia política ou eleitoral. Eles poucos se importam com os ganhos ou as perdas de seus clientes candidatos e miram apenas nos embates processuais, cujas vitórias comemoram e cujas derrotas fingem ignorar com um silêncio mortal. O prejuízo, em ambos os casos (em ambos os casos porque uma vitória em uma ação propondo censura, por exemplo, só traz desgastes), fica para o candidato.
Iris Rezende, Ronaldo Caiado e o PMDB se envolveram em um desgastante episódio de censura ao Diário da Manhã e tiveram que recuar, colocando a culpa nos advogados peemedebistas e jurando que são amantes da liberdade de imprensa. Mentira: eles continuam patrocinando ações para tentar fechar o Goiás 24 Horas. O PMDB, em parceria com o PT, já perdeu 9 processos solicitando à Justiça a retirada do blog da internet. E o PMDB entrou de novo contra o Diário da Manhã, para proibir a publicação de uma pesquisa do instituto Grupom – e perdeu também.
Vanderlan Cardoso, através do PSB, propôs várias ações contra o Goiás 24 Horas e até agora não ganhou nenhuma. Foi Vanderlan que inventou, na campanha ora em curso, a estratégia de recorrer à Justiça Eleitoral para proibir a divulgação de pesquisas. Desde o começo do ano, o empresário caiu em todos os levantamentos que foram publicados e atualmente encontra-se em um patamar de 6% a 8%, dependendo do instituto – e caindo. Proibir pesquisas vai mudar alguma coisa?
A resposta é: vai, sim. Vai tirar votos de Vanderlan.
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