terça-feira , 26 novembro 2024
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Em artigo no Diário da Manhã, Cachoeira avisa Iris que não aceita ser usado como “mote” da campanha do PMDB

Em um surpreendente artigo na edição desta segunda-feira do Diário da Manhã, o empresário Carlos Cachoeira manda um recado direto para Iris Rezende: não aceitará se transformado em “mote” da campanha do PMDB.

Sob o título “Os canalhas também envelhecem” e ilustrado com uma imagem de Iris, o artigo relata uma série de fatos suspeitos envolvendo o velho cacique peemedebista, a construtora Delta e até mesmo o próprio Cachoeira.

Ele diz que Iris “faz tudo igual aos outros”, mas, agora às vésperas da eleição, quer “aparecer aos olhos do povo como uma vestal, um insigne, um imaculado”.

Para Cachoeira, “Iris, que por erros próprios está se distanciando do primeiro colocado nas pesquisas, insiste no denuncismo e por onde passa declara algo sobre o ‘caso Cachoeira’. Promete que isso vai ser o mote principal de sua campanha e tem me utilizado vulgarmente para atingir o seu principal oponente. Desejo-lhe sorte, mas se esqueça de mim, senão da próxima vez que me pronunciar, já será com as provas do que vou aqui dizer”.

A seguir, Carlos Cachoeira enumera uma série de acontecimentos e avisa a Iris que, se ele continuar a ser mencionado pela campanha peemedebista, voltará ao assunto, para apresentar “provas”.

Leia o trecho:

Íntegra do trecho do artigo em que Carlos Cachoeira reage às críticas de Iris:

“Mais recentemente apareceu a figura de um novo tipo de político, ‘o pilantra ninja’, aquele que faz tudo igual aos outros, e até pior, porém quer aparecer como uma vestal, um insigne, um imaculado. Este político, Iris Rezende Machado, tantas fez que obrigou-me, neste instante, a sair do meu propósito, e à vir à tona para esclarecer, minimamente, quem ele é e porquê me ataca.

Iris, que por erros próprios, está se distanciando do primeiro colocado nas pesquisas, insiste no denuncismo e por onde passa declara algo sobre o ‘caso Cachoeira’. Promete que isso vai ser o mote principal de sua campanha e tem me utilizado vulgarmente para atingir o seu principal oponente. Desejo-lhe sorte, mas se esqueça de mim, senão da próxima vez que me pronunciar, já será com as provas do que vou aqui dizer.

Iris, quando era candidato a governador em 1990, participou de todas as solenidades de fim de ano da Look Loterias, empresa que gerenciava então toda a operação do jogo do bicho em Goiânia. Lá, em um ginásio de esportes, entregou brindes e prometeu, mas não cumpriu, doar casas para os cambistas presentes. Aos proprietários encantou-os com a possibilidade de legalizar o jogo. Como restribuição teve farta contrapartida financeira.

Quando se tornou senador da República, chegou a oferecer-me um almoço na residência do à época também senador, Maguito Vilela, juntamente com outros dois empresários. Não se esqueça Iris do seu encontro com o mandachuva e mais diretores da Delta, em sua fazenda em Mato Grosso, em que o cardápio trazia pescaria e também outros assuntos não republicanos, tudo, como sempre acontece comigo, devidamente documentado.

Se quer estancar a metástase, me esqueça. E peça aos que o seguem, especialmente os traidores e seus capangas, que tomem a mesma direção. Não quero ter de voltar aqui para dispensar aos outros a mesma posologia que fui obrigado a lhe conferir. Lembre a eles dos favores prestados a seus amigos vagabundos e, a sempre presente, despesa de campanha. Vá cuidar de sua fortuna de mais de um bilhão de reais e sobrevoe, nas asas de seu avião King Air, áreas públicas distribuídas a associações filantrópicas e que, estranhamente, foram parar nas mãos de particulares.

Repito, estou dentro da minha casa com minhas angústias, tormentos, esperanças e crenças. Mas o meu silêncio não deve ser confundido com pusilanimidade. Para defender minha família e minha honra viro Lampião e só me calarei “quando a indesejada das gentes chegar”.

Iris, lembre-se do grande Chico Anísio, em vez de ficar saracoteando daqui pra acolá como o atleta coalhada, siga a ordem que o Nazareno dava pra sua mulher e fique: CA-LA-DO!

A velhice não é defeito para ninguém, ao contrário, a decadência física deve se alinhar à pujança intelectual. Churchill morreu com mais de 90 anos, respeitabilíssimo, referência para a humanidade. O que quer o eleitor não é você sacudindo suas pelancas, colocando em dificuldade seu personal trainer e gastando dinheiro a mais com cardiologista. Faça uma corrida mental, se supere, vá adiante, leia, pesquisa, apresente propostas. Se reinvente. Sempre penso nos velhinhos com aquele ar de bondade, com dificuldades como o Mister Magoo, bons conselheiros. Mas de você eu só consigo me lembrar que os canalhas também envelhecem”.

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