As perguntas do jornalista Caio Salgado, representando o Grupo Jaime Câmara, no debate promovido nesta segunda-feira por O Popular, foram decepcionantes, contrariaram o espírito anunciado pelo jornal para dar sentido ao evento e revelaram amadorismo e falta de inteligência.
É daquelas coisas que não dá para acreditar, em que se tratando do maior e mais importante veículo de comunicação do Estado.
Para começo de conversa, Caio Salgado aparentava nervosismo e construiu seus questionamentos com ausência de clareza e verbalização confusa – erro do qual a sua colega, também perguntadora no debate, Fabiana Pulcineli, não pode ser acusada, já que prudentemente leu as suas indagações, bem redigidas e em português correto.
Mas o pior foi o conteúdo das perguntas de Caio, coitado. Em editorial postado na página que anunciava o debate, O Popular afirmou que “o foco será discutir as principais propostas para a administração do Estado nas mais diversas áreas, levando em conta o equilíbrio fiscal e a fonte de recursos para cumprir as promessas”. Pois bem: Caio Salgado não cumpriu essa diretiva, do próprio jornal, e fez perguntas que passaram longe do objetivo de “discutir as principais propostas para o Estado”. Não perguntou nada sobre propostas de nenhum candidato.
Saiu até uma pergunta que beira a infantilidade, quando o jornalista quis saber do governador Marconi Perillo sobre ataques que circulam na internet e nas redes sociais e que poderiam estar sendo feitos por funcionários públicos ou pessoas ligadas a ele Marconi. Ora, 1º) na internet e nas redes sociais, há ataques, elogios, calúnias, agressões e todo tipo de opinião contra e a favor todos os candidatos e de resto todas as pessoas, inclusive jornalistas; 2º) isso faz parte da natureza eclética da rede; 3º) nem o governador nem ninguém pode ser responsabilizado por tudo o que circula na rede; 4º) há ataques, inclusive a jornalistas, nas redes sociais assumidas ou anônimas e em páginas assinadas ou não, porque a internet é assim mesmo e permite que qualquer um faça o que quiser, como quiser e quando quiser, em matéria de opinião; e, finalmente, 5º) Caio não apresentou nenhuma prova, sequer um fato, para dar consistência à pergunta que fez;.
Caio Salgado representou mal o Grupo Jaime Câmara. inclusive nas questões – levantando a bola para que os candidatos batessem em Marconi – sobre a Celg, assunto sobre o qual ele demonstrou ter conhecimento zero.
