O PMDB continua a contrariar a lógica da política bem-feita.
Em vez de se reagrupar depois da quinta derrota consecutiva em eleições para governador de Goiás, o comando do partido (ainda nas mãos do ex-prefeito Iris Rezende) deflagrou um processo de expiação jacobina contra os seus próprios companheiros. O alvo é o empresário Júnior Friboi e todos os diretórios municipais que a ele prestaram lealdade na pré-campanha de 2014.
Em entrevista ao jornal O Hoje desta segunda-feira, o presidente do diretório regional do PMDB, Samuel Belchior, fala em “depuração” – que o dicionário define como esforço para tornar algo mais puro e livre de impurezas.
Se levado o verbete ao pé da letra e o PMDB estiver verdadeiramente imbuído do propósito de “depurar” os seus quadros, o partido deveria começar pelo próprio Samuel Belchior, que foi praticamente expulso da política depois do enredo de corrupção, sexo e dinheiro público que manchou a sua reputação.
Samuel foi um dos suspeitos de participação em um esquema que desviou milhões de reais de fundos de previdência municipais com o apoio de uma loira estonteante, a modelo Luciane Hoepers, que hipnotizava prefeitos e deputados e os cooptava em favor da causa (segundo informações da Polícia Federal). Samuel nutria uma amizade estreitíssima com Lu.
Com o filme queimado, Samuel decidiu não disputar a reeleição neste ano. Mas, como se vê, continua dando os seus pulos no PMDB.