terça-feira , 16 julho 2024
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Ernani de Paula reaparece e ataca: “Friboi é um trapalhão como dublê de agente público”

O folclórico ex-prefeito de Anápolis, Ernani de Paula, reaparece na cena política para criticar de forma dura o empresário Júnior Friboi.

Em artigo no Diário da Manhã, ele diz que Friboi é o novo cacique do cifrão que vem se imiscuindo na política com a força do dinheiro.

Ernani, porém, não perdoa os erros do rei da carne:

“… sua participação vem sendo uma lástima na proposta de “renovação” de quadros que tentam inseri-lo. Junior Friboi não cabe neste desígnio de ser o novo porque é, antes de tudo, um trapalhão como dublê de agente público”.

 

Veja a íntegra do artigo:

 

Goiás e os caciques do cifrão

DIÁRIO DA MANHÃ

ERNANI DE PAULA

José Batista Junior é um megaempresário. Lidera um grupo familiar que, com a ajuda societária do BNDES, é detentora do maior frigorífico do mundo. Vive certamente num mundo distante de quaisquer realidades às quais estão inseridas os goianos, sejam eles os mais ricos do Estado. O chamado Junior Friboi conhece como poucos no Brasil o poder que o dinheiro tem de abrir portas, conseguir desejos, galgar posições.

E, com base nisto, o empresário que mal tem contato com Goiás e sua gente por força de sua agenda de trabalho pelo mundo resolveu usar o seu poderio financeiro para abrir novas portas. Desta vez, escolheu a política. E vem há alguns anos experimentando o contato com este mundo, cuja força do dinheiro fala alto a ponto de impressionar qualquer um que tenha ainda o conceito de política como a aplicação de ideologias filosóficas.

Longe disto, na intimidade de legendas e lideranças partidárias, o dinheiro grita e tem quase sempre a última palavra. Sabendo disto, o astuto empresário Friboi vem se imiscuindo neste meio. E sua participação vem sendo uma lástima na proposta de “renovação” de quadros que tentam inseri-lo. Junior Friboi não cabe neste desígnio de ser o novo porque é, antes de tudo, um trapalhão como dublê de agente público.

Em seguidas entrevistas – uma delas em 2010 quando tentava se segurar como vice do então candidato Marconi Perillo – Friboi disse que tinha tudo combinado com Perillo: uma vez eleito, Perillo cederia lugar para voltar ao Senado e faria dele, já se considerando vice e eleito meses antes da eleição, o titular para que pudesse se tornar então o novo governador de Goiás. Assim, tudo combinado e certo nos bastidores. A fatídica entrevista mostrou o lado ingênuo e arrogante do empresário cuja crença é de que o dinheiro compra acordos e os mantém a qualquer custo. Na política, para o bem ou para o mal, não é assim.

Agora, Junior Friboi retorna ao cenário novamente apostando no viés financeiro. Quatro anos se passaram e foram suficientes para que ele compreendesse que seu carisma e poder de sedução em forma de cifras e notas arreganha as portas de qualquer partido. Praticamente brincou com o PSB e instalou naquela legenda um segmento de seu escritório de trabalho como empresário. Cansou de brincar num partido emergente, porém sem grandes perspectivas para 2014 no Estado. Agora, invade o PMDB, uma grande legenda, com grandes feitos, mas patinando pela ausência de líderes, exceto Iris Rezende. Quer usar o partido para dar prosseguimento a sua vontade pessoal: ser candidato a governador.

Friboi encontra esperança e um caminho aberto no cenário de Goiás por ter como exemplo recente a vitória de 2010 de Marconi Perillo. Amplamente apoiado por fortes grupos econômicos, Marconi hoje vive amarrado a estes apoiadores e sequer consegue mexer em sua equipe, tendo o seu governo loteado para pagar compromissos de campanha. Mas venceu. E certamente com base nesta experiência, Friboi se enxerga próximo de seu desejo: se o dinheiro fala na política de Goiás, ele pode ser a próxima voz ativa em 2014.

Estamos há pouco mais de um ano para a eleição e é o momento do Estado de Goiás mudar o perfil de como escolhe e de como seus eleitores são convencidos a escolher seu líderes e representantes políticos. Enquanto houver a crença de que o dinheiro e o poderio de armar campanhas milionárias for uma resposta para o desenvolvimento institucional do Estado, sempre cairemos nas mesmas armadilhas e ficaremos reféns de grupos financeiros e cada vez mais longe dos verdadeiros nomes que podem fazer a diferença e mudar o paradigma de atendimento social

Goiás hoje é um Estado moderno e deve aplicar estas evoluções à sua prática política. É preciso romper com modelos coronelistas e de feudos que fazem do Estado uma reserva de curral político. E a hora de mudar é rechaçando quem não tenha proposta, não tenha compromisso social e político com o Estado e que só esteja em busca da realização de negócios ou da realização pessoal e íntima de desejos e vontades. e desenvolvimento sustentável do Estado.

(Ernani de Paula é empresário e ex-prefeito de Anápolis)

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