Para o prefeito Paulo Garcia (PT), em declarações veiculadas nos programas jornalísticos da TV Anhanguera, até agora não “houve demonstração de equívocos nos cálculos do reajuste da tarifa de ônibus em Goiânia”.
Mas, não é verdade.
Houve “demonstração de equívocos”, sim. E tanto houve que a Justiça Estadual, através do juiz Fernando de Mello Xavier, cancelou o aumento com base em uma ação protocolada pelo Procon, onde são demonstradas muitas inconsistências – ”equívocos”, na linguagem de Paulo Garcia – nas planilhas das empresas de ônibus.
Em sua sentença, o juiz citou dois “equívocos”: o fato de ter sido desconsiderada a desoneração fiscal baixada pelo Governo Federal, com impacto sobre os cálculos do reajuste da tarifa de ônibus e o fato de que a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos considera que o combustível representa entre 22 a 25% do custo do transporte urbano, enquanto que, pela planilha apresentada pela CMTC, o peso do óleo diesel é de 35%.
A própria TV Anhanguera, em pelo menos 10 reportagens levadas ao ar nos seus noticiosos, também denunciou pontos nebulosos das planilhas e dos cálculos que levaram ao reajuste – hoje claramente comprovado que foi abusivo – da tarifa de ônibus.
Explica de novo, Paulo Garcia: “Não há demonstração de equívocos nos cálculos do reajuste”?