O presidente da CMTC não tem a menor preocupação em disfarçar que defende os interesses das empresas de transporte coletivo que operam na Grande Goiânia.
Se existisse em Goiás um Ministério Público atuante, Ubirajara Abud já estaria fora do cargo.
Olha só o que ele está dizendo, sem papas na língua: a desoneração fiscal, que eliminou o PIS e o COFINS das empresas de ônibus, não pode servir de motivo para reduzir a tarifa porque foi baixada depois do aumento.
Isso mesmo. Está no diário O Hoje, exatamente nesses termos.
Confira aqui, está entre aspas no O Hoje: “Não há o que falar em revisão, pois a desoneração do PIS/COFIN foi apresentada após a nova tarifa entrar em vigor.”
Não é um argumento sem vergonha?
Mas tem mais. O tal de Ubirajara Abud defende uma tese que interessa às empresas e contraria a população da Grande Goiânia: ele acha que o programa Ganha Tempo justifica a manutenção da tarifa em R$ 3 reais.
De novo: é uma vergonha.
Abud diz ao jornal O Hoje, entre aspas: “O Ganha Tempo têm reflexo na tarifa. Acreditamos que o ganho de qualidade oferecido pelo programa não possa ser descartado uma hora dessa”.
Mais claro, impossível: a malandragem é usar o Ganha Tempo, bolado pelas empresas e adotado pelo prefeito Paulo Garcia (PT), para manter a tarifa em R$ 3 reais.
Isso é criminoso.
E as próprias empresas já apresentaram pesquisa mostrando que apenas 0,1% da população faz três viagens no intervalo de duas horas e meia. E mais ainda: para esse suposto benefício, o sitpass não vale.
Se tivéssemos um Ministério Público atuante…
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