O jornalista Caiado Henrique Salgado, que assina a coluna Giro nesta segunda-feira, deu uma escorregada feia ao dizer que o governador Marconi Perillo processa peemedebistas por “crime de opinião”.
Como é jornalista e não advogado, dá para perdoar a gafe de alguém que escreve que existem no Brasil processos por “crime de opinião”. Não há previsão legal na legislação nacional para esse tipo de “delito”, se é que isso possa existir.
Ora, se não existe “crime de opinião”, como pode uma autoridade do peso de um governador de Estado, “processar peemedebistas por crime de opinião”?
Por uma bobagem desse tamanho, Caio deveria pedir perdão de joelho aos leitores de O Popular.
Mas tem mais.
Vamos supor que Caio apenas estivesse noticiando uma iniciativa, embora sem o menor sentido, da deputada federal dona Iris Araújo. Que tal se ele relembrasse que o marido dela, Iris Rezende, processa um jornalista, Paulo Beringhs, e o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus, por “crime de opinião” (na verdade, é por calúnia, o mesmo motivo que move o governador Marconi Perillo, mas, vamos lá, Caio endossou que se trata de “crime de opinião”, então é).
A verdade, que Caio ignorou, é que o governador Marconi Perillo tem processos, sim, contra pessoas que o acusaram de cometer crimes definidos no Código Penal. Isso não é “crime de opinião”. É calúnia e, democraticamente, caberá à Justiça decidir se tem cabimento ou não.
Mas aí vem um jornalista e, no espaço mais nobre da imprensa de Goiás, escreve um disparate desse, além do mais imputando a uma autoridade pública algo que ela não fez em momento algum nem poderia jamais fazer – que é “processar peemedebistas por crime de opinião”.
Desse jeito, Caio, vamos passar um abaixo assinado para o Grupo Jaime Câmara pagar extra e manter Jarbas Rodrigues assinando o Giro também na segunda-feira.