O promotor estadual Murilo Miranda, da área de defesa do consumidor do Ministério Público de Goiás, realizou nesta segunda-feira uma visita a quatro terminais do transporte coletivo de Goiânia, para uma “inspeção”.
Até aí, tudo bem.
Ocorre que o próprio promotor, em declarações ao jornal O Hoje, informou que esteve há mais de dois anos no Terminal Padre Pelágio, que teria sido transformado em um camelódromo e onde o passageiro não é prioridade.
Um dos quatro terminais visitados agora é o Padre Pelágio. E ele encontrou “a mesma realidade que detectei há mais de dois anos, quando estive no local”, disse a O Hoje Murilo Miranda.
Ué, o doutor então está confessando que não tomou providências? Que não fez nada diante das irregularidades que constatou há mais de dois anos? Que viu com os próprios olhos e, passado mais de dois anos, viu de novo que nada mudou?
Ora, ora…
Murilo Miranda é o promotor que o MP encarregou de acompanhar a crise do transporte coletivo, depois do aumento abusivo das tarifas. Ele faltou a uma audiência pública na Assembleia para discutir o assunto, alegando motivos pessoais. O Procon, que foi à audiência, entrou com ação civil pública contra as empresas e conseguiu liminar suspendendo o reajuste e retornando o preço da passagem para R$ 2,70 – ocupando o espaço aberto pela omissão do Ministério Público, que anunciou ações na Justiça, mas não efetivou nada.
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