quarta-feira , 24 abril 2024
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Jornal Opção diz que Caiado pode exonerar secretária de Economia; ela fracassou em Brasília e em Goiás

Jornal Opção deste domingo diz que Caiado deve exonerar a secretária Cristiane Schmidt da Economia. Veja a nota:

“Detalhe: todos os ouvidos disseram que Ronaldo Caiado a respeita, sobretudo devido à sua seriedade. Não há notícia de que tenha pedido um centavo para empresários para liberar pagamento. É decente. O problema, segundo os entrevistados, é que “venderam” a respeito da economista duas coisas que não são se revelaram verdadeiras.

Primeiro, disseram que, por ser “amiga” do ministro da Economia, Paulo Guedes, iria abrir as portas do governo federal. Tal não ocorreu. Ser recebido pelo czar da economia é uma coisa, resolver problemas de caráter institucional é outra coisa. Por isso, o próprio Caiado teve de ir a campo, para conversar diretamente com o presidente Jair Bolsonaro e com Paulo Guedes, em busca de soluções — dinheiro, em linguagem sem eufemismo — para a crise do governo de Goiás. Lá, o gestor estadual, um político bem-intencionado e não fisiológico, descobriu o óbvio: o governo de Bolsonaro só pode resolver o problema de Goiás, a escassez de caixa, se resolver o dos demais Estados. Não há canais institucionais para equacionar crises de apenas um Estado. Por isso, fora recursos extras que chegaram para a saúde — a ação do ministro Luiz Henrique Mandetta foi fundamental —, o governo de Caiado não recebeu praticamente nada do governo de Bolsonaro.

Segundo, no ponto de vista estritamente local, Cristiane Schmidt não conseguiu traçar um plano para aumentar a arrecadação do governo. A política de reduzir incentivos fiscais, longe de resolver o problema de caixa do governo, pode gerar desindustrialização e, ao mesmo tempo, travar a atração de outras empresas para o Estado. “Falta a Cristiane Schmidt sabedoria, maturidade, bom senso. Não teve experiência com gestão pública noutro lugar — nem na iniciativa privada nem no setor público — e, por isso, está completamente perdida. Todos sabem disso, menos Ronaldo Caiado. Para piorar, não sabe gerir pessoas, não consegue agregá-las em torno de uma ideia para beneficiar o crescimento e o desenvolvimento de Goiás. Típico de quem não conhece a especificidade do setor público, menospreza as ideias dos outros, sempre de maneira arrogante”, afirma um deputado estadual, por sinal, aliado de Caiado.

Um auditor fiscal, que acompanhou os trabalhos de vários secretários, como Jalles Fontoura e Ana Carla Abrão, é peremptório: “Cristiane Schmidt trouxe seis pessoas de fora de Goiás. No Fisco, se quer ter o apoio da equipe, o secretário não deve chegar com um grupo montado. Ela e seus auxiliares entendem de interpretação do que é a economia, para discutir inflação e crescimento econômico, mas pouco sabem sobre fisco, sobre o funcionamento real da economia”. Um empresário complementa: “A secretária esteve na Fieg e falou de maneira incisiva que era contrária aos incentivos fiscais e sugeriu que uma pesquisa da Adial — sobre a importância dos incentivos e do apoio deles na sociedade — não era ‘confiável’. Mesmo que isto fosse verdadeiro, e não é, trata-se de uma espécie de sincericídio invertido e soa, sobretudo, como desrespeito. Ela deveria ter dito que algumas políticas precisam ser revistas, notadamente quando há distorções, mas não pode negar que os incentivos são fundamentais para o desenvolvimento do Estado”. Um secretário assinala que as pessoas pensam que Caiado está mandando recados. “Mas não é bem assim. A Cristiane fala mais por si do que pelo Caiado. Quando for embora, talvez nem visite mais Goiás, pois não tem compromisso algum com o Estado. Os problemas e as arestas ficarão para Caiado, o que certamente o preocupa”.

Um deputado afirma que Cristiane Schmidt “encasquetou” de não passar o duodécimo integral para a Assembleia Legislativa. “Ora, o mínimo que uma secretária da Economia deve saber é que não se pode atropelar a lei. Se reduzir o duodécimo, estará cometendo crime de responsabilidade. Falta-lhe, inclusive, assessoria jurídica adequada. Deveria consultar a Procuradoria do Estado antes de debater com deputados.”

Consta que Cristiane Schmidt desconsiderou uma pesquisa na qual Goiás aparece em terceiro lugar no ranking da eficiência fiscal. Os auditores fiscais ficaram chocados”.