A gigante Nestlé acusa o grupo goiano JBS de lhe ter vendido carne de cavalo em vez de carne bovina. A Nestlé utilizou o produto na preparação de pratos prontos vendidos na Itália, Espanha e França, mas já anunciou a retirada imediata destas linhas semi-prontas das prateleiras.
A fraude foi descoberta graças a testes de DNA realizados na carne vendida por um dos fornecedores do grupo JBS, cujos proprietários são os irmãos Batista, nascidos no município de Anápolis: Wesley, Joesley e José Batista Júnior (conhecido como Júnior Friboi). A agência britânica de segurança alimentar e a multinacional suiça classificaram o episódio como “adulteração ou negligência grosseira”.
“Não há problema de segurança alimentar, mas erros na etiquetagem de produtos significam que eles não cumprem os padrões altamente elevados que os consumidores esperam de nós”, ressaltou Nestlé que, na semana passada, havia afirmado que os produtos de sua marca não haviam sido afetados pelo escândalo, que teve início no Reino Unido e detonou uma onda de testes em outros mercados.
Devido à descoberta, a companhia está aumentando seu programa de garantia de qualidade, “adicionando novos testes de DNA para carne de cavalo antes da produção na Europa”. A Nestlé anunciou o recolhimento de seus pratos feitos de ravioli e tortelini de carne e também suspendeu a entrega de todos os processados bovinos fornecidos pelo grupo JBS.
NÃO É COMIGO
Em nota, o JB afirmou que não é responsável pela venda de carne de cavalo na Europa em vez de carne bovina. Disse apenas que, para garantir flexibilidade a seus clientes europeus, a JBS desenvolveu “alternativas europeias de suprimento”, contratando mais fornecedoras – e que elas são as responsáveis.
“Nenhum caso de violação foi identificado nos produtos fabricados pela própria JBS. Como reconhecimento da confiança depositada na JBS pelos seus clientes, nenhum contrato sofreu alteração ou cancelamento e os pedidos estão sendo cumpridos a partir das plataformas próprias de produção”, informou a multinacional brasileira.