Em artigo na edição deste domingo de O Popular, a editora Cileide Alves continua se esforçando para dizer alguma coisa de interessante sobre as manifestações de rua que sacodem o Brasil e criaram um certo de clima de perplexidade – na base do “ninguém ta entendendo nada”. que deixa principalmente a imprensa atordoada, sem saber como explicar o fenômeno aos seus leitores.
Cileide avança. Melhora a análise, ao afirmar, por exemplo, que “há quem reage como se a insatisfação das massas fosse só contra o adversário”, citando o prefeito Paulo Garcia, para quem “a grande maioria (dos manifestantes em Goiânia) fez uma reivindicação muito forte contra o governo do Estado”.
Na verdade, quem foi à manifestação de quinta no Centro de Goiânia viu que o prefeito Paulo Garcia e o PT foram visados espontaneamente, enquanto a ação contra o governador Marconi Perillo foi orquestrada por militantes partidários infiltrados e muito bem preparados.
Mas Cileide incorre no mesmo erro de Paulo Garcia e também diz que “as manifestações são só contra os adversários”, isto é, no caso, os políticos, em todas as esferas.
São, sim Mas são também contra a grande imprensa, alvo dos manifestantes em todas as cidades brasileiras, inclusive com atitudes extremas, como a queima de carros da Globo, da Record e do SBT, além de vaias e agressões que obrigaram, em Goiânia, os repórteres e cinegrafistas da TV Anhanguera a trabalhar na cobertura do protesto de quinta-feira sem os logotipos da Globo e do Grupo Jaime Câmara.
A ”grande imprensa” tem as suas mazelas, que os protestos de rua estão denunciando.