Quem lê o Twitter ou tem tempo para gastar ouvindo os discursos da deputada federal d. Iris Araújo ou consegue ler as suas entrevistas sem sentir sono, já sabe que a eterna primeira dama do PMDB bota banca de paladina da moral em Goiás.
Sim, “paladina”, substantivo femino (o masculino, mais usado, é “paladino”).
Mas, como todo moralista, são só os outros que assim devem se comportar. A nossa paladina deve achar que tem direito a uma certa flexibilidade, digamos assim.
Olha essa foto: em um país onde é proibido colocar o nome de pessoas vivas em obras públicas, d. Iris nem pisca para se gabar do seu nome reluzentemente colocado na fachada da Maternidade Dona Iris – que foi construída pelo seu marido, quando foi prefeito de Goiânia pela primeira.
O marido, Iris, fez e botou o nome da mulher, dona Iris.
O Ministério Público do Estado de Goiás já entrou com ação civil pública, com pedido de liminar, solicitando que a Justiça decrete a retirada do nome de dona Iris da Maternidade. Antes, o MP solicitou a providência ao prefeito Paulo Garcia, que não teve coragem de tomar a decisão, fez que não era com ele (como sempre) e deixou o nome da deputada pendurado na fachada do prédio.
Alguém poderia dizer: o nome de dona Iris foi colocado na Maternidade há mais de 40 anos, quando talvez nem existisse lei nenhuma proibindo a utilização do nome de pessoas vivas.
Só que o argumento é furado: a Maternidade foi derrubada e reconstruída, sendo, portanto, uma obra novinha em folha do prefeito Paulo Garcia. Além disso, como vive cobrando moralidade dos outros, dona Iris deveria dar o exemplo… e não se aproveitar do seu nome gravado impunemente na fachada de uma obra pública.