O plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff, que já mandou os cinco temas a serem tratados para o Congresso, não passa de golpe para fortalecer o PT nas próximas eleições.
A presidente tem também outra motivação, esta óbvia: desviar o foco das manifestações, já que o plebiscito abrirá uma grande discussão nacional e forçosamente vai atrair todos os holofotes da nação, deixando de lado questões cruciais como a impunidade ou o excesso de gastos faraônicos do Governo Federal.
Por que o plebiscito favorece o PT? Simples: embutido na proposta de reforma política do governo está o obsessivo desejo do PT de impor o financiamento – exclusivamente – público de campanha.
Pelo modelo, pessoas e empresas continuarão a poder fazer doações, mas para um fundo, sem escolher destinatários. O dinheiro será dividido conforme a votação do partido na eleição anterior. Se o sistema for adotado em 2014, com o quadro eleitoral mais provável, Dilma terá quase 70% do bolo: 67,59%.
Adicionalmente, a candidatura da ex-senadora Marina Silva – a que mais incomoda Dilma hoje em dia – vai para o beleléu. Pelas mesmas regras, Marina, que teve 20 milhões de votos em 2010, mas que agora tenta criar um novo partido, ficaria com ínfimos 0,16% do dinheiro público para o financiamento de campanha.
E finalmente, nos protestos de rua, ninguém pediu um plebiscito. Foi Dilma quem inventou essa estória, para fugir da ira popular.
Com o se vê, um belo golpe… a favor da perpetuação do PT no poder.