Na matéria de uma página em que anunciou a troca sucessória do comando do Grupo Jaime Câmara, o jornal O Popular não fez menção a nenhum dos atuais diretores desse que é o maior conglomerado de mídia de Goiás.
O detalhe é sintomático. Sinaliza que vem por aí uma grande e necessária renovação na direção do GJC, cujo maior desafio passa agora a ser a sobrevivência em um mundo onde o jornal impresso e a televisão aberta caminham para o fim, esmagados pelo dinamismo da comunicação via internet.
E com o agravante – depois do fenômeno das manifestações – da “concorrência” da chamada “mídia direta” que a própria sociedade faz nas redes sociais e nas ruas, dispensando a intermediação da grande imprensa.
Daí, para enfrentar esse tremendo desafio, que exige principalmente uma mudança de mentalidade, dá para concluir que não haverá compromisso da nova presidência com a velha guarda do GJC, hoje obstáculo à sua modernização.
Isso se torna mais importante porque, ao contrário das grandes organizações de mídia do país, o Grupo Jaime Câmara não tem jornalistas nem especialistas em comunicação entre os seus proprietários e nem mesmo entre seus diretores.
Um exemplo é o diretor de Jornalismo do GJC, Luiz Fernando Rocha Lima, que seria uma espécie de “prático” do ramo, já que não tem formação jornalística, nem intelectual. É a ele, Luis Fernando, que deve ser debitada a momentânea desorientação do jornal O Popular e da TV Anhanguera diante dos protestos de rua, que em alguns momentos chegaram a ter o grupo como alvo.
Mas, o novo presidente Cristiano Câmara, filho de Jaime Câmara Júnior e neto do fundador Jaime Câmara, é um quadro de renovação, com sólida e impressionante formação gerencial e humanista.
Na verdade, mudanças profundas no perfil da empresa, de alguns anos para cá, já vinham sendo inspiradas e orientadas por ele. E esse caminho, com Cristiano no leme, parece ser irreversível e mais acelerado de agora em diante.