domingo , 22 dezembro 2024
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Manchete de O Popular desta terça-feira: “Faltam 270 médicos em Goiânia”. Tem de acordar, Paulo Garcia!

Veja a íntegra de reportagem de Alfredo Mergulhão que foi manchete de O Popular, nesta terça-feira, sobre a falta de médicos na rede pública municipal de Saúde, administrada pelo prefeito Paulo Garcia (PT):

Saúde municipal

Déficit chega a 270 médicos

Secretaria de Saúde de Goiânia chegou a contratar 504 profissionais neste ano, mas perdeu 398

Mesmo com a contratação de 504 médicos este ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia não consegue eliminar o déficit de profissionais. O problema compromete o atendimento, como aconteceu no domingo, no Cais do Jardim Novo Mundo, onde não havia sequer um médico no plantão, já que cinco pediram afastamento. Em função da alta rotatividade, provocada pelos salários pouco atraentes e condições de trabalho, a rede municipal ainda sofre com um déficit de 12 a 15% dos 1,8 mil médicos que compõem os quadros da SMS – 216 a 270 profissionais.

No primeiro semestre deste ano, 398 médicos pediram demissão da secretaria. A desistência desses profissionais em atender na rede pública do município foi maior no começo do ano, mas a situação ainda é preocupante. Hoje, o déficit varia de 12% a 15% do total de 1,8 mil profissionais que compõem os quadros da SMS. Somente no mês passado 43 médicos pediram demissão. Os números desse mês ainda não estão fechados. No entanto, sabe-se que pelo menos três clínicos gerais e duas pediatras que faziam plantão aos domingos no Cais Jardim Novo Mundo decidiram entregar os cargos (leia reportagem nesta página).

Em média, 92 médicos pediram demissão nos três primeiros meses do ano (veja quadro). Uma das razões para as saídas foi o Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica (Provab). A iniciativa do governo federal oferece aos aprovados um curso de pós-graduação semipresencial e bolsa no valor de R$ 8 mil mensais. Para isso, os profissionais recém-formados precisam trabalhar no interior do Estado.

Até maio, pelo menos cem médicos trocaram os Cais e os Centros Integrados de Assistência Médico Sanitária (Ciams) de Goiânia pelo Provab. Além do salário, a maioria deles está de olho no curso de especialização em Atenção Básica, oferecido pela Universidade Aberta do SUS (UnA-SUS). “A gente trabalha em locais sem a menor condição de exercer a medicina, com contratos precários que não dão perspectivas de carreira nem férias e 13° salário”, diz um médico que preferiu não se identificar.

Contratações

De janeiro até ontem, a Prefeitura de Goiânia contratou 504 médicos, segundo a secretaria. Todos com contratos de prestação de serviços, que não garantem direitos nem vantagens. O número supera as demissões, mas não significa que o problema começou a ser equacionado. De acordo com a diretora de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde da SMS, Kátia Martins Soares, muitos profissionais desistem do serviço. Alguns assumiram o cargo em um dia e saíram no outro.

O diretor de Atenção à Saúde da SMS, Sandro Rodrigues, sustenta que o problema será resolvido a médio e longo prazo. “A dificuldade é em todo país e não há soluções simples. As medidas recentemente adotadas pelo governo federal vão ajudar. Mas a solução definitiva chegará somente com a atração do médico para o serviço público”, analisa.

Sandro Rodrigues diz que 168 médicos estão prestes a assumir cargos na saúde municipal. Eles foram aprovados no último concurso, realizado no ano passado. Kátia Martins Soares afirma que dentro de 60 dias esses profissionais estarão trabalhando. O processo de contratação está em fase de exames admissionais e entrega de documentos.

Há um mês, o secretário municipal da Saúde, Fernando Machado, reclamou da demora em finalizar esses contratos. Na ocasião, os processos dos profissionais ainda estavam na Controladoria-Geral do Município (CGM) e ainda seriam encaminhados para a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas (Semgep).

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