sexta-feira , 19 abril 2024
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País que mais mata LGBTs vê em âncora gay uma grande vitória, diz blogueiro no Portal Terra

Orientação sexual de Matheus Ribeiro gerou manchetes e virou fato histórico nos 50 anos do JN

O Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de gays, lésbicas e transexuais. Uma morte é registrada a cada 16 horas. Essa violência baseada no preconceito não para de aumentar, escreveu Jeff Benício em seu blog no Porta Terra.

Por isso, anota Benício, a presença do jornalista Matheus Ribeiro, de 26 anos, na bancada do Jornal Nacional, no rodízio de âncoras das afiliadas nos estados, ganhou aura de conquista histórica.

Leia o texto de Jeff Benício:

“Matheus Ribeiro se assumiu gay após a pressão das redes sociais. As suposições a respeito de sua sexualidade o fizeram se declarar homossexual e confirmar o namoro com um policial.

Nas últimas semanas, a orientação sexual de Matheus  – e seu discurso em prol do amor e da tolerância – repercutiram amplamente na imprensa e na web.

A intimidade de um âncora de telejornal não deveria gerar notícia. Mas em um País com o recrudescimento da discriminação, a homossexualidade de um jornalista com visibilidade na TV passa a ter caráter político.

Ainda que recuse ser visto como desbravador, o jovem apresentador goiano dá imensurável contribuição à luta contra a homofobia e passa um recado a milhões de LGBTs acuados pelo sectarismo da sociedade brasileira: sim, é possível chegar lá.

Nos Estados Unidos, há vários âncoras gays assumidos. Entre os mais famosos, Anderson Cooper e Don Lemon, da CNN, e Rachel Maddow, da MSNBC. A orientação sexual não interfere na atuação profissional nem na credibilidade deles junto ao público.

Por aqui, a maioria dos apresentadores sabidamente homossexuais – do jornalismo e da área de entretenimento – prefere fazer mistério a respeito da própria sexualidade. Alguns até fingem ser héteros. Entre os motivos, o medo do preconceito e o temor de prejuízo à carreira.

Na TV brasileira, jornalistas gays ainda têm um longo caminho a percorrer. Matheus Ribeiro deu um passo gigantesco. Tomara que outros LGBTs tenham a mesma coragem e aproveitem o caminho aberto para avançar.

Espera-se também que as emissoras se livrem do tabu de ter diante das câmeras âncoras e repórteres assumidamente gays. Um jornalismo que valoriza a diversidade estará mais conectado à realidade que busca retratar a seus telespectadores.”

https://www.terra.com.br/diversao/tv/blog-sala-de-tv/pais-que-mais-mata-lgbts-ve-em-ancora-gay-uma-grande-vitoria,8d7665c6d40f9c6b7878f57f513febb3wp900l07.html