sexta-feira , 19 abril 2024
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Sagres 730: Stiueg diz que qualidade dos serviços da Enel Goiás não vai melhorar

Não há expectativa de melhora na qualidade do fornecimento de energia elétrica em Goiás, apesar das promessas da Enel Distribuição nem de cumprimento do Plano de Emergência assinado em agosto entre a empresa e o governo do Estado, avalia o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg). Ouvido pela rádio Sagres 730,  o presidente, João Maria de Oliveira, diz que a melhora não ocorrerá porque a Enel mudou a forma de trabalho da antiga Celg e piorou o serviço de prevenção e reparos da rede elétrica do Estado.

O presidente do Stiueg informa que a Enel demitiu cerca de 1 mil eletricistas e eletrotécnicos depois assumiu o controle da Celg D, em 2017, e substituiu esses profissionais que conheciam a rede e tinham know-how por mão de obra flutuante e com pouca formação. “Eles contrataram apenas 400 eletricistas para substituir os demitidos e completam a equipe com empresas terceirizadas”, disse em entrevista à Sagres 730 nesta sexta-feira (22). “Os técnicos de antes conheciam a rede que é muito complexa e chegavam a tempo e a hora”, disse.

O presidente do sindicato nega que faltam eletricistas no mercado para serem contratados, conforme disse à Sagres o diretor de Infraestrutura e Rede, Guilherme Lencastre. “Nunca faltou mão de obra nos 50 anos de existência da Celg”, rebateu. Para ele, falta trabalho preventivo. Cita como exemplo as podas de árvores realizadas antes do período chuvoso e que não foram feitas neste ano.

Destaca ainda como complicador a redução das equipes de atendimento. Segundo João Maria, a diminuição chegou a 45%. Isso tem feito com que a empresa faça remanejamentos pelo interior. Se aumentam as ocorrências num município, a Enel remaneja profissionais de outras regionais para fazer o atendimento, o que sobrecarrega os trabalhadores. No final da semana passada, foram mais de 1 mil reclamações somente na regional de Morrinhos, informou. A grande quantidade de interrupções provocou protestos por parte da população na região. “Os trabalhadores estão sobrecarregados e estressados”, disse.

Para o Stiueg, não adianta a empresa contratar três helicópteros nem trazer profissionais do Ceará, onde a Enel também atua. “Os helicópteros encarecem a prestação de serviço e isso vai impactar no preço da tarifa. E sem resolver, pois, esses profissionais não conhecem a rede de Goiás. O reparo será mais lento e mais caro”, disse João Maria.

O Stiueg reconhece que há problemas no projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa para o Estado encampar a Enel. Nesta quinta-feira (21), o governador Ronaldo Caiado anunciou que vai realizar um “grande evento” na porta da Enel para sancionar o projeto de lei, apesar de advogados dizerem que uma lei estadual não pode encampar uma empresa que detém uma concessão federal. No entanto, João Maria acha que alguma coisa precisa ser feita contra a Enel, pois considera que o serviço que ela presta em Goiás é ruim e amador.