Uma questão de fundo permeia o tumulto que aconteceu no encontro regional do PMDB, em Catalão, sábado passado.
É a pergunta que o manifestante fez ao ex-prefeito Adib Elias, enquanto levantava o livro Ouro Negro: “O que é que o senhor tem a dizer sobre isso?”
O vídeo mostra com clareza a desorientação que tomou conta de Adib, que passa a pronunciar palavras e frases desconexas.
É óbvio que ele foge da pergunta.
Para quem não sabe, o ex-prefeito de Catalão nunca deu explicações sobre a Operação Ouro Negro, executada pelo Ministério Público, em 2007, que levou à prisão dois de seus secretários – presos dentro da sede da Prefeitura – e comprovou o desvio de R$ 10 milhões de reais através do superfaturamento de obras de asfalto.
Adib sempre se justificou dizendo que tudo não passava de perseguição política.
Perseguição política? Basta ler o livro, cujas edições foram acompanhadas com um CD com várias horas de gravações telefônicas, realizadas pelo Ministério Público. É corrupção mesmo – e da grossa.
No Brasil, “perseguição política” é o argumento-saída de todo político flagrado em atos de corrupção.
Pelo sim, pelo não, Adib não respondeu à pergunta do manifestante:
“O que é que o sr. tem a dizer sobre o Ouro Negro?”
É bem simples.