A administração do prefeito Paulo Garcia (PT) está batendo cabeça no que tange a coletiva seletiva, manejo de resíduos sólidos e reciclagem. Foi essa a impressão que os órgãos da prefeitura passaram na audiência pública que tratou do assunto nesta segunda-feira, na Câmara Municipal.
O único projeto apresentado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) para resolver o contencioso do lixo em Goiânia é o plano piloto para construção de uma cooperativa modelo, cujos moldes balizariam projetos ambientais futuros.
Trata-se de uma proposta desconectada da realidade porque ignora o fato de já existirem 15 cooperativas de catadores de lixo funcionando em situação precária na Capital.
O drama que elas vivem não será amenizado nem de forma direta, nem indireta pelo tal plano piloto.
De acordo com Débora Danielle Rocha, que integra o corpo de diretores da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), o termo de referência já foi encaminhado à Caixa Econômica Federal e a previsão é de que o banco autorize o financiamento do projeto ainda esta semana.
Débora foi a primeira a falar na audiência pública.
Ela não deu um pio sobre um debate que já dura cinco anos, e que opõe prefeitura ao Estado, MP e à população da cidade: a construção de dois galpões para reciclagem com verba federal – já liberada.
Estes galpões deveriam ter sido construídos há muito tempo. Fazem parte de um pacote que incluía mais um galpão em Anápolis e outro em Aparecida. Os dois últimos já estão prontos e em atividade. Os da Capital, não.
Culpa de quem? Da prefeitura, que não fez sua parte e definiu os terrenos para executar as obras.
Resultado disso é que Goiânia está muito perto de perder R$ 1,185 do convênio federal para levantar os galpões.
Débora não informou que Goiânia corre sério risco de perder o dinheiro. Nem ela, nem Silmey Porfírio, da assessoria jurídica da Comurg.
Foi preciso que o superintendente de Saneamento da Secretaria Estadual das Cidades, Ricardo Borges, trouxesse a informação à luz do debate.
É claro que a prefeitura foi o saco de pancadas da audiência, bem como as intenções pouco sinceras do prefeito Paulo Garcia de realizar uma administração sustentável. Tudo indica que a cidade vai muito mal, e o pior, como disse o promotor Juliano Barros, é que há poucos sinais de que o quadro possa melhorar no futuro.